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psi.larissaportela Ψ Psicóloga Analista do Comportamento
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Recentemente, a notícia de que a cantora brasileira Iza foi traída pelo marido, mesmo estando grávida, chocou (chocou?) ...
12/07/2024

Recentemente, a notícia de que a cantora brasileira Iza foi traída pelo marido, mesmo estando grávida, chocou (chocou?) todas nós. Mas, por que isso acontece? Vamos explorar essa questão sob a perspectiva da psicologia feminista, gênero e cultura.

👩‍🎤 Mulheres Poderosas e a Ameaça ao Patriarcado

Mulheres poderosas como Iza desafiam normas tradicionais de gênero. Elas têm autonomia, visibilidade e sucesso, o que pode ser percebido como uma ameaça ao patriarcado. A psicologia feminista nos ajuda a entender que, em um sistema que valoriza o poder masculino, a ascensão de uma mulher pode gerar insegurança e sentimentos de inadequação em alguns homens que podem reagir de forma a agredir, mesmo que simbolicamente, essa mulher.

📊 Insegurança e Controle

Estudos mostram que homens que se sentem inseguros em relação ao sucesso de suas parceiras podem buscar reafirmar seu controle e masculinidade através da traição. Esse comportamento não é justificado, mas é uma forma de reação às normas culturais que ainda colocam o valor masculino acima do feminino. Assim, está mulher é possível como insuficiente em sua missão de zelar afetivamente pela qualidade de seu relacionamento.

🎭 Estereótipos de Gênero

A cultura perpetua a ideia de que homens devem ser os provedores e detentores de poder. Quando uma mulher assume esse papel, pode ocorrer uma dissonância entre o papel esperado e a realidade, levando alguns homens a se comportarem de maneira destrutiva para restaurar o equilíbrio de poder.

🔍 Impacto na Saúde Mental das Mulheres

Para as mulheres, especialmente as poderosas e influentes, enfrentar a traição pode ser devastador. A psicologia feminista foca no acolhimento e validação dessas experiências, oferecendo suporte para que possam se recuperar e continuar a desafiar as normas opressivas, sempre em direção ao que importa e faz sentido para elas.

*Me conta o que você achou sobre o que aconteceu com a Iza aqui nos comentários!*

Ao pararmos para analisar as desigualdades no investimento afetivo em relacionamentos amorosos entre homens e mulheres, ...
20/02/2024

Ao pararmos para analisar as desigualdades no investimento afetivo em relacionamentos amorosos entre homens e mulheres, percebemos a quantidade de ocasiões em que a dinâmica da relação se trata da manutenção do poder dos homens sobre as mulheres. Abrir mão desse poder significa abdicar de toda uma estrutura de privilégios e superioridade.

Ao perder o controle financeiro de suas parceiras, os homens da nova sociedade investem na colonização afetiva. Passam, então, a desenvolver mais estratégias para subjugar suas parceiras e mantê-las sob seu controle por via de mentiras, omissões e do pavor psicológico. Mas onde há abusos e violências, não há como haver amor.

bell hooks, em seu livro "Tudo sobre o amor", nos traz a realidade de que para haver amor entre duas pessoas, a ação de receber e dar amor, é preciso haver investimento na construção da evolução espiritual de um para o outro. Sem explorações, sem enganações e mentiras. Não há amor sem vulnerabilidade. E sem confiança não há vulnerabilidade também.

Em nome da performance de masculinidade patriarcal, homens perdem a capacidade de acessar suas emoções e atuam um "eu" que se mantém no controle das relações a qualquer custo. Esse custo é a capacidade de amar e de ser amado.

O que você acha disso, psi?

Desde muito novas somos ensinadas a agir sempre de acordo com a preferência de quem está a nossa volta. Assim, seremos c...
23/01/2024

Desde muito novas somos ensinadas a agir sempre de acordo com a preferência de quem está a nossa volta. Assim, seremos compreendidas como cordiais e amorosas. Mas nossas vontades dificilmente entram nessa conta.

Quando tomamos consciência de gênero, passamos a compreender que essa dinâmica nos adoece e não considera suficiente o quanto nos anulamos e nos dedicamos aqueles que amamos.

Quando atendo uma paciente e observamos que para ela é importante o bem estar de quem ama, trabalho com essa mulher a importância desse amor ser auto-direcionado também. Se cuidar é valioso, é preciso cuidar de si também.

É mais desafiador do que parece. Mas a jornada vale a pena. O encontro consigo mesma é transformador!

Quantas vezes você já se viu sobrecarregada com os cuidados com quem te rodeia e sem tempo para si? Sempre digo às minha...
20/01/2024

Quantas vezes você já se viu sobrecarregada com os cuidados com quem te rodeia e sem tempo para si? Sempre digo às minhas pacientes: "você não tem que esperar ninguém te autorizar a se cuidar". A partir do momento em que entendemos que, apesar de toda uma história que atribui valor à mulher sobrecarregada com atividades do cuidado, viver uma para nós mesmas pode, e deve, ser priorizado por nós mesmas, nossas perspectivas mudam. E nossa saúde mental também.

Antes de avaliar qualquer atitude materna, é preciso se atentar e conhecer muito bem seu contexto social. A falácia patr...
10/01/2024

Antes de avaliar qualquer atitude materna, é preciso se atentar e conhecer muito bem seu contexto social. A falácia patriarcal de que mães devem dar conta de tudo que diga respeito a seus filhos e à vida doméstica adoece mulheres todos os dias. As adoece por pressioná-las a tentar e por julgá-las por não conseguir.

Ser psicóloga feminista é o oposto disso. É conhecer e reconhecer essa característica de nossa cultura, acolher, validar e a auxiliar a construir a vida que ela busca para si! E não que outras pessoas dizem ser a ideal.

Quantas vezes você já precisou fazer esse movimento em seu consultório, psi? Conta aqui pra mim!

Quando me formei, ainda fui treinada em um resquício de psicologia clássica que indicava o afastamento emocional das pac...
30/12/2023

Quando me formei, ainda fui treinada em um resquício de psicologia clássica que indicava o afastamento emocional das pacientes. Logo eu, tão espontânea, passei alguns anos atendendo muito formalmente. Até que conheci a Terapia da Aceitação e Compromisso e o feminismo na Psicologia e aí entendi que não fazia sentido cuidar sem me aproximar e ser legítima.

Às minhas pacientes de hoje, ontem e do amanhã, hoje te ofereço um lugar ao meu lado. E como mulheres, caminharemos juntas nesse caminho de descobertas e cura. Estamos juntas!

Psi. Larissa Portela

Certo vez parei para pensar quantas vezes ouvi minhas pacientes contarem sobre suas mães/avós em situações de lazer. Not...
12/12/2023

Certo vez parei para pensar quantas vezes ouvi minhas pacientes contarem sobre suas mães/avós em situações de lazer. Notei que, a não ser em situações familiares, a imagem de mães dormindo enquanto a família já está acordada, viajando com amigas e/ou passando um domingo preguiçoso em seus sofás diante da televisão nunca me foi relatada.

A mulher média é aquela que, se trabalha formalmente, visualiza em seu final de semana a faxina semanal, o almoço familiar, as roupas que são lavadas semanalmente, o mercado a fazer, os uniformes escolares a lavar, a organização dos quartos, o banho dos cachorros, as plantas a irrigar, o trabalho escolar a entregar...e não para por aqui. Para aquelas que não trabalham formalmente, o final de semana tende a ser de dias ainda mais intensos, uma vez que toda a família está presente por todo dia. A verdade é que não há tempo para descanso.

Uma das razões das mulheres sentirem tanta culpa ao descansar é o fato de sempre haver o que fazer. E sempre é possível melhorar o que já foi feito. E atividade de cuidado não tem fim, sempre dá para ajudar mais um, contribuir com mais outro, poupar mais alguns. E nessa de não lembrar de mães e avós paradas, ninguém nos ensinou que descansar não é luxo, é necessidade. E que ninguém tem que nos autorizar a descansar.

Também é preciso considerar o capitalismo. Na cultura da produtividade, do "time is money" (tempo é dinheiro), usar o tempo para algo que não gere riqueza está fora do script. Ainda que seja atividade de suporte para quem gera dinheiro. Ou futuramente gerará.

Mais uma vez estamos falando de sobrecarga e exploração das atividades de cuidado exercidas sobretudo por mulheres. Aquelas mulheres que se vem com tempo de descanso sem preocupação geralmente tem quem a "ajude" e dificilmente essa "ajuda" não venha de outra mulher. Nosso trabalho de psis feministas é desafiador considerando que devemos ensinar mulheres a descansar em um mundo onde quando uma mulher deixa de fazer, é outra mulher que o faz.

Os últimos dias tem sido particularmente difíceis para nós. Ao mesmo tempo que rebatemos psicólogos de grande alcance em...
07/12/2023

Os últimos dias tem sido particularmente difíceis para nós. Ao mesmo tempo que rebatemos psicólogos de grande alcance em suas redes dizendo que não faz sentido Psicologia Feminista, do outro lado somos afogadas pelas numerosas notícias de violência contra mulher, não só nos veículos de informação, mas também em nossos consultórios. Todos os dias.

Tenho sentido que essas violências estão mais frequentes. Sempre me pergunto se são mais noticiadas, mais denunciadas ou mais cometidas mesmo. E aí as estatísticas mostram que são os três. Enquanto lamento pelas tantas mulheres (nós!) impedidas de viver tranquilas e gozando de direitos TEORICAMENTE garantidos por lei, sinto orgulho do quanto crescemos em direção à nossa luta também. Eles insistem em nos matar. Nós não desistiremos de denunciar e buscar justiça.

Repito o que falei a semana toda sobre nós, queridas psis feministas: a mudança sempre vem e ninguém vai nos parar. Atravessamos o portal. Ou eles nos acompanham, ou passaremos por cima.

Abraço carinhoso em você que também chora ao ler e ouvir sobre nós todos os dias.

E é sobre isso. E está tudo bem 😄
04/12/2023

E é sobre isso. E está tudo bem 😄

Desde pequenas somos ensinadas que amor envolve dor, dificuldades, sacrifícios e superação. Aprendemos também que homens...
23/11/2023

Desde pequenas somos ensinadas que amor envolve dor, dificuldades, sacrifícios e superação. Aprendemos também que homens são naturalmente agressivos e que cabe a nós cuidar deles e de nossas relações. Entendemos que se a relação não ser certo, nós estamos falhando. E também que precisamos nos adaptar a vida deles para sermos merecedoras desse relacionamento que dá sentido a nossa existência, pois somente nesse amor que completa, assegura e orienta nossas vidas seremos realmente felizes.

Agora corta para a realidade.

O amor é ação entre duas pessoas que desejam estar juntas. Com histórias diferentes e compreensões de mundo diferentes. Há conflitos, há acerto de diferenças, mas não há hierarquia. Não há um que se anula pela felicidade do outro, um que tem capacidade (e obrigação) de fazer do outro uma pessoa melhor. Inclusive quando esse outro é violento com o um. Não há um que tem o dever de cuidar do outro e somente para o outro. Não há obrigações, explorações, violências. O amor deve ser leve.

Os relacionamentos abusivos acontecem por que as mulheres são ensinadas que relacionamentos amorosos são o que darão sentido a vida delas. Casamento e maternidade: esses são os objetivos do mundo patriarcal para nós. E para que isso seja possível, devemos suportar tudo. Despersonalização, agressões, invalidações, sobrecarga, invisibilidade. Tudo pela segurança do amor, seja lá ele como for. Não aprendemos, também, o que é violência. Apenas aprendemos a sobreviver e lutar, ou esperar, para que ele um dia nos trate como gostaríamos. Melhor assim do que só, certo? Por que mulher solteira não é solteira, é SOZINHA.

Diante disso, apenas não somos ensinadas a nos priorizar e preservarEnNão aprendemos o que é violência conjugal, nem que não precisamos estar em relacionamentos para sermos completas. Não nos deixam ver o quanto já somos completas e capazes.

Sua paciente precisa que você a ajude a enxergar tudo isso. Ao fazê-lo, ela vai entender que vive violências e vai aprender a construir uma vida para ela. Por ela. E assim, quase que naturalmente, a relação dolorosA deixa de ter espaço em sua vida. E dali em diante, ela se relacionar por que quer. E não por que precisa.

É comum ouvirmos falas de espanto quando um homem branco e rico é apontado como agressor de sua esposa, igualmente branc...
13/11/2023

É comum ouvirmos falas de espanto quando um homem branco e rico é apontado como agressor de sua esposa, igualmente branca e rica. Porém, engana-se quem acha que o patriarcado e toda sua violência seleciona classe e raça. Agressores não tem cara, nem mulheres agredidas. Para que aconteça, basta estarmos vivas.

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