30/07/2025
O artigo científico “Repositories of biocultural diversity: Toward best practices for empowering ethnobotany in digital herbaria” acaba de ser publicado na prestigiada revista Plants, People, Planet. Este estudo de relevância global conta com a significativa participação da equipe do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, incluindo os pesquisadores Viviane Fonseca-Kruel, Eduardo Dalcin e Luís Alexandre Estevão da Silva.
A pesquisa é fruto de uma robusta colaboração internacional, reunindo especialistas de grandes instituições globais como o New York Botanical Garden (NYBG), o Missouri Botanical Garden (Missouri BG) e os Kew Botanical Gardens, entre outros importantes herbários. A união de conhecimentos e experiências resultou em um conjunto de diretrizes e insights importantes para o futuro da etnobotânica e a preservação do conhecimento tradicional.
Com a digitalização de milhões de espécimes de plantas pelos herbários, incluindo informações etnobotânicas associadas, esses dados tornam-se cada vez mais acessíveis. Essa quantidade de dados bioculturais – que inclui usos de plantas, nomes populares de Povos Indígenas e Comunidades Locais (PICLs) – possui um grande valor cultural e científico. No entanto, a ausência de padrões curatoriais compartilhados tem limitado a acessibilidade e o uso efetivo dessas informações por PICLs, etnobotânicos e outros pesquisadores.
Os autores identificaram um número proporcionalmente pequeno, mas coletivamente significativo, de espécimes etnobotânicos, representando aproximadamente 1,6% de todos os registros de espécimes e centenas de milhares de exemplares nos herbários pesquisados. Esse achado ressalta a importância de um esforço coordenado. O artigo busca salientar a urgência da adequação de práticas de curadoria entre herbários globais para localizar, reconhecer e compartilhar eticamente essas informações, trabalhando em conjunto com as comunidades de origem e por meio da cooperação global. Essa publicação demonstra que os herbários digitais são ferramentas ainda mais poderosas para a pesquisa, educação e conservação da diversidade biocultural.
🔗 Acesse o artigo em http://doi.org/10.1002/ppp3.70052 (link nos stories).