
16/05/2025
A regulação emocional na infância não é apenas sobre saber nomear sentimentos ou aprender a lidar com frustrações. Trata-se de um processo neurobiológico complexo, em que o cérebro infantil ainda está desenvolvendo habilidades para administrar impulsos, interpretar emoções e construir respostas adequadas ao ambiente.
Quando uma criança apresenta sinais de desregulação emocional, isso não é um "comportamento difícil" isolado, mas um reflexo de desafios internos e, muitas vezes, da forma como seu ambiente responde a essas dificuldades. Birras intensas, agressividade repentina, apatia, dificuldades no sono e na alimentação, além de mudanças bruscas no comportamento social, podem indicar que o sistema nervoso da criança está sob constante estado de alerta.
Esse estado de hiperativação ou hipoativação pode ser resultado de estresse crônico, dificuldades sensoriais, ausência de um ambiente seguro ou até questões como ansiedade e dificuldades no processamento emocional. Crianças não têm a capacidade inata de se autorregular – elas aprendem isso a partir das relações que constroem. A presença de um adulto que oferece acolhimento, validação e ensina ferramentas de autorregulação é essencial nesse processo.
A terapia infantil não busca "consertar" comportamentos, mas compreender suas origens e ajudar a criança a desenvolver estratégias para lidar melhor com suas emoções. Observar os sinais e buscar apoio especializado pode transformar a forma como essa criança se relaciona com o mundo e com ela mesma.