
20/02/2025
Sentir é um idioma que ninguém pode falar por você.
Cada emoção tem um nome — tristeza, raiva, alegria —, mas o que ela significa só você sabe.
A tristeza que ecoa em você tem raízes que ninguém mais conhece.
A alegria que ilumina seus dias vem de lugares que só você já habitou.
Seu emocionário é único. Seu jeito de sentir é só seu.
Mas eis a verdade: aprendemos a sentir uns com os outros.
As emoções não surgem no vazio. Elas nascem no encontro.
Na troca de olhares, no silêncio que acolhe, no pedido de desculpas sincero, na coragem de respirar fundo antes de reagir.
Não é o que dizemos que educa, mas o que mostramos.
Não é o erro que afasta, mas a ausência de reparo.
As emoções não precisam de conserto; elas pedem para serem vistas.
Os Guarani falam de nhande rekó — nosso modo de ser.
Sentir não termina em nós. O que sentimos reverbera em quem nos observa.
Criamos mapas emocionais uns para os outros.
Educar emoções não é sobre perfeição.
É sobre presença. Sobre permitir que nossas emoções existam, sem pressa de calá-las.
Porque quando habitamos o que sentimos, abrimos caminho para que os outros também o façam.
Se sentir é um idioma, o que suas emoções estão dizendo hoje?
E mais importante:
Que legado emocional você quer deixar no coração de quem te observa?
Thaís Carneiro
Psicóloga Clínica | Professora de Pós-Graduação | Supervisora Clínica
CRP 01/24362