02/12/2024
Resgatei essa fotos da minha formatura na Angel. Esse é um marco muito importante na minha vida. Existe uma Thaís antes da Angel e outra, depois.
Me mudei pro Rio pra fazer o curso dela. A ideia era fazer o técnico de Reabilitação Motora e Terapia Através da Dança, mas acabei fazendo o Técnico de Bailarino Contemporâneo e foi uma decisão muito acertada.
Na sala A eu aprendi a gostar de balé porque era um balé que respeitava minha estrutura corporal, minha curvas, meu pé paralelo.
Na sala B eu tremia de medo nos dias que tinha aula de teatro mas também era lá que meu corpo musical se deliciava nas construções de música coletiva.
Na sala C eu aprendi anatomia e cinesiologia. Foi onde ouvi pela primeira vez a palavra “fáscia” e discussões mil sobre o que é dança contemporânea, claro.
Na sala D eu aprendi a amar a irregularidade dela e a usar minha imaginação pra acessar partes diferentes do meu corpo. Me lembro de estar deitada, com as costas no chão, pernas esticadas e imaginar que meus calcanhares iam além corpo, além parede e chegavam à praia. Essa imagem me abria espaço interno e me deixava de um tamanho nunca antes sentido, tenho a memória viva no meu corpo dessa grande descoberta.
E o que falar da sala E? Amada por todos! Minha paixão pelo chão vem de lá. Meu interesse pela desconstrução do movimento, também. Lá eu fiz aula, eu chorei, eu ri, eu rolei no chão, na parede de pedra, dancei um bocado, eu descobri um tantão de coisas sobre corpo, sobre movimento, sobre gente.
Nesses anos, fiz aula com Angel, a ouvi falar em seminário, a testemunhei descer todos os degraus da escola de costas (coisa que eu amava ver) e fui presenteada com seu sorriso e abraço algumas vezes.
Nos 6 anos que vivi a escola Angel Vianna, sendo 2 como aluna e 4 como professora no curso livre, lá era o lugar que eu podia ser mais eu. Lá eu descobri que minha sensibilidade é potência e que cada corpo tem sua própria dança.
Desde então, sigo na missão de abrir espaço e abrir caminho no corpo da vida!
Viva Angel Vianna, viva!