A Letra

A Letra Espaço de interlocução e fala. PodCast A Letra, presente na Twitch e Youtube.

Através das singularidades vamos 'apostar' em novos laços sociais.Vania Martins CRP 05/37960, Ursula Theodora, Zenir Gomes.Atendimento psicológico presencial e/ou online.

"A melhor sociedade será, pois, aquela que isenta o poder de pensar do dever de obedecer, e, em seu próprio interesse, s...
15/04/2023

"A melhor sociedade será, pois, aquela que isenta o poder de pensar do dever de obedecer, e, em seu próprio interesse, se resguarda de submetê-lo à regra do Estado, que vale a pena para as ações. Enquanto o pensamento for livre, portanto vital, nada estará comprometido; quando deixa de o ser, todas as opressões tornam-se igualmente possíveis, e, uma vez realizadas, qualquer ação se torna culpável, e toda vida ameaçada."

( Espinosa - Filosofia Prática / Gilles Deleuze)

uma sociedade revela que os movimentos possíveis em torno dos (des)laços sociais são construídos no e pelo pensamento, por imaginações, palavras e atos...

de geração em geração - não sem transformações - afetos constroem mitos, artes, culturas, poesias e novos laços e linguagens sociais que transformam as demandas do Ser - afinal, deixar circular afetos e produzir movimentos sociais e novas formas de existir dentro e fora da alma é sinônimo de vida

demandas do Ser estão aceleradas, globalizadas.

potencializadas unem e desunem afetos.

o circuito afetivo que os laços sociais inventam, transformam convivências; marcam gerações ou criam no sujeito sentimentos afetivos de pertencer a uma determinada época ou lugar - uma convivência ideal, quem sabe ?

demandas do Ser criam identif**ações e vínculos afetivos que calcif**am marcas e afetos psíquicos com duração interminável - não menos ou mais sofredor, mas com poder de capturar o desejo do sujeito e sua singularidade - presos em tempos remotos, breves ou passageiros... podem correr risco de não ter mais acesso ao próprio desejo

idealizado, o circuito da convivência afetiva torna-se íntimo e estranho.

Vania Martins

Sugestão de série:Juvenile JusticeSérie Netflix Estou assistindo e pretendo futuramente comentar. No meu comentário vou ...
15/07/2022

Sugestão de série:

Juvenile Justice
Série Netflix

Estou assistindo e pretendo futuramente comentar. No meu comentário vou citar frases ditas no decorrer da série, como essas:

" A dor de uma mãe que perde um filho é tão forte quanto das entranhas dela se abrindo".

"Quando está encurralado sua verdadeira natureza aparece. Por isso os humanos são cruéis."

Vania Martins

“A diferença entre sujeito [subject] e objeto [object] também pode ser expressa como diferença entre os dois verbos corr...
22/06/2022

“A diferença entre sujeito [subject] e objeto [object] também pode ser expressa como diferença entre os dois verbos correspondentes: sujeitar [to subject] e objetar [to object]. (…) Se, então, a atividade do sujeito, em seu aspecto mais fundamental, é a atividade de sujeitar-se ao inevitável, o modo fundamental da passividade do objeto, de sua presença passiva, é a que comove, incomoda, perturba, traumatiza a nós (sujeitos): em seu aspecto mais radical, o objeto é aquilo que objeta, aquilo que perturba o funcionamento tranquilo das coisas".

(ŽIŽEK, 2008).

tcheco-brasileiro Vilém Flusser (1920-1991):

“onde estão as fronteiras a partir das quais eu termino e o mundo começa? Que lugar limítrofe é esse que põe em cheque minha identidade e minhas demarcações subjetivas? Que casca é essa que problematiza a distinção entre indivíduo e ambiente?”.

tempo do registro dos afetos humanos que permanecem e queefetivamente levam um susto quando descobrem que querem f**arte...
22/06/2022

tempo do registro dos afetos humanos que permanecem e que
efetivamente levam um susto quando descobrem que querem f**ar

tempo que não para emoções
mas também não impede que as lembranças refaçam o circuito dos afetos - de todo sentimento que um dia se inscreveu na alma como um encontro bom; hoje, estupefação.

tempo de dar voz ao não dito
tempo de não conversar com máscaras
não assistir dramas e tramas
dizer não é mais que nada dizer

tempo de dar um outro sentido ao vivido e ao que virá a ser.

tempo de relógios lógicos:
ter atenção,
deter,
pesar.
o instante de olhar,
compreender,
concluir.

sem tempo de viver
e viver no tempo lógico, vivido.

Vania Martins

"Mas, desse tempo assim objetivado em seu sentido, como medir o limite?
O tempo de compreender pode reduzir-se ao instante do olhar, mas esse olhar, em seu instante, pode incluir todo tempo necessário para compreender. Assim, a objetividade desse tempo vacila com seu limite."

(Lacan, 1998).

"a multidão livre conduz-se mais pela esperança que pelo medo, ao passo que uma multidão subjugada conduz-se mais pelo m...
21/06/2022

"a multidão livre conduz-se mais pela esperança que pelo medo, ao passo que uma multidão subjugada conduz-se mais pelo medo que pela esperança: aquela procura cultivar a vida, esta procura somente evitar a morte."

(B. Spinoza, Tratado político, 2009, p.145)

tim-tim

Vania Martins

o lápis que pressiona letras é o mesmo que retorna aos trejeitos desajeitados - inscreve histórias que só o grafite sabe...
21/06/2022

o lápis que pressiona letras é o mesmo que retorna aos trejeitos desajeitados - inscreve histórias que só o grafite sabe, ajustável à marca da escrita

do outro lado,
borracha e seus rolinhos - atraem o grafite

pronto
papel limpo


metáforas e metonímias
conscientes e inconscientes

histórias traçadas e gravadas
dentro das outras...
continuam tecidas,
em conjuntos

ligam,
inscrevem.
desligam,
o que não cessa de não se inscrever

assim constituído ausência ou falta
no tempo lógico de cada um,
um a um: inconsciente

mantenha o recalque,
por favor.

Vania Martins

Hoje é o término do nosso encontro de estudos - promovido pela A Letra - foi um encontro excelente, um lugar inventado p...
31/05/2022

Hoje é o término do nosso encontro de estudos - promovido pela A Letra - foi um encontro excelente, um lugar inventado pela interlocução entre profissionais da saúde mental, filosofia, medicina, educação e tecnologia da informação.

Passeamos por épocas e histórias - desde Aristóteles, guerras mundiais e seus sintomas, inconsciência como estudo possível da medicina da época e arte impressionismo (1871-1914), expressionismo (início do século xx) e body art surgido na década de 60. O Percurso também foi ao lado do contemporâneo e seus sintomas sociais; ao lado de poetas estudamos sobre o corpo e seus sinais e limites - dr**as lícitas e ilícitas - linguagem do corpo. Percorremos estudos sobre linguagem neutra como identidades de grupos; Sigmund Freud e o inconsciente dinâmico, a hiância, o corpo como lugar de inscrição da linguagem - um estudo sobre histeria; Jacques Lacan e a linguística, cultura, 'lalingua' materna, mitos familiares; inconsciente como linguagem (hoje).

Hoje, às 19h, vamos encerrar esses temas com linguagem do Rock and roll e fantasias, sujeito inconsciente - como uma linguagem - objeto a, pulsões e suas vicissitudes. Foto do vídeo abaixo. Afinal, "O poeta e o fantasiar" é o que vem antes dos estudos da psicanálise, segundo Sigmund Freud, 1981[1908].

Óbvio que durante o ano de 2022 teremos novos encontros e vocês estão convidados a percorrer conosco a história da humanidade e a relação de poder, segundo Focault, psicanálise - inconsciente e linguagem - segundo Jacques Lacan - bem como todas as interlocuções do conhecimento, saberes, experiências de todos os profissionais que desejam estar nessa jornada.

Valeu muito esse encontro!
Sendo assim, queremos e vamos repetir!

Vania Martins

uma palavra sente dor quando despenca da palavra que se espera.uma palavra sem controle f**a sem direção e escolhe hospe...
31/05/2022

uma palavra sente dor quando despenca da palavra que se espera.

uma palavra sem controle f**a sem direção
e escolhe hospedar-se na garganta -
lá já são muitas,
chegam dar nó:
nó de nós,
de muitos,
de nenhum de nós,
de ninguém.

em determinado momento palavras flutuam e antes de caírem podem tropeçar no próprio som -
aí a palavra já é outra.

palavras se escondem nas lágrimas e nos gemidos;
pulam para o corpo;
cometem equívocos ao fazer do corpo um lugar de "inclusão-exclusão";
lugar dos afetos mal-entendidos.

palavras ex-sistem,
inauguram o ser e o existir.
tornam-se responsáveis pela ambiguidade - fonemas, locuções, frases...
e quando se embrulham nessa existência simultânea do ex-sistir, por 'isso' amam
e por 'isso' odeiam.

palavras se inscrevem - gravam no corpo sinais,
fazem do corpo um túmulo.

palavras se escrevem
(representam-se por meio da escrita).

efeito?

'tá feito, é o que é:
duelo,
peleja,
fadiga,
imprudência,
morte,
ressurreição...

uma palavra destituída de malícia não tem cautela e atende pelo nome de real.

real é o nome de uma palavra quando ela é impossível de se dizer ali,
revelar-se,
romper o véu,
anunciar em si mesma uma ideia,
ou uma única letra que manifeste uma palavra inventada
ou um ponto final.
a palavra quando real pode até escandir - dar destaque às sílabas (palavra, verso).
mas o que ela revela
é uma volta,
um retorno da palavra sobre si mesma ou até contra si.

Vania Martins

uma palavra sente dor quando despenca da palavra que se espera.uma palavra sem controle f**a sem direção e escolhe hospe...
31/05/2022

uma palavra sente dor quando despenca da palavra que se espera.

uma palavra sem controle f**a sem direção
e escolhe hospedar-se na garganta -
lá já são muitas,
chegam dar nó:
nó de nós,
de muitos,
de nenhum de nós,
de ninguém.

em determinado momento palavras flutuam e antes de caírem podem tropeçar no próprio som -
aí a palavra já é outra.

palavras se escondem nas lágrimas e nos gemidos;
pulam para o corpo;
cometem equívocos ao fazerem do corpo um lugar de "inclusão-exclusão";
lugar dos afetos mal-entendidos.

palavras ex-sistem,
inauguram o ser e o existir.
tornam-se responsáveis pela ambiguidade - fonemas, locuções, frases...
e quando se embrulham nessa existência simultânea do ex-sistir, por 'isso' amam
e por 'isso' odeiam.

palavras se inscrevem - gravam no corpo sinais,
fazem do corpo um túmulo.

palavras se escrevem
(representam-se por meio da escrita).

efeito?

'ta feito, é o que é:
duelo,
peleja,
fadiga,
imprudência,
morte,
ressurreição...

uma palavra destituída de malícia não tem cautela e atende pelo nome de real.

real é o nome de uma palavra quando ela é impossível de se dizer ali,
revelar-se,
romper o véu,
anunciar em si mesma uma ideia,
ou uma única letra que manifeste uma palavra inventada
ou um ponto final.
a palavra quando real pode até escandir - dar destaque às sílabas (palavra, verso).
mas o que ela revela
é uma volta,
um retorno da palavra sobre si mesma ou até contra si.

Vania Martins

"Eles escavam...E nesse momento em que não há mais o que escavar, pois não há mais lugar para ir, não há mais direção, e...
27/05/2022

"Eles escavam...
E nesse momento em que não há mais o que escavar, pois não há mais lugar para ir, não há mais direção, então até a mais elementar regra gramatical de conjugação verbal produz o que só pode ser produzido na consciência absoluta da disjunção, no retraimento dos deuses e dos mares e de todos os que um dia prometeram velar pelos amantes. O material gasto e elementar produz anéis que despertam dos dedos mostrando como a disjunção dessacralizada do amor consegue nos fazer passar da importância à imagem do impossível. Quando a disjunção tudo implode, ainda que o desejo persista em sua força bruta de prece, há um anel que brota nos dedos dos amantes.
Mas, para que os anéis brotem, é necessário que a língua toque o impossível, que ela conjugue de uma forma que a gramática não permite conjugar: ich grab mich, eu me escavo. Nunca a língua viu ação semelhante. Eu me escavo porque há terra em mim, a mesma terra que soterra você. E a primeira escavação é a da língua que precisa deixar de comunicar para passar a escavar a si mesma, desmontar suas próprias regras como quem desconstrói casas na superfície para encontrar vestígios de outros tempos no subsolo. É só através de uma torção da língua que os amantes produzem aquilo de que são capazes."

(Vladimir Safatle)

"Eles escavam...Mas a escavação, da qual Celan fala, parece não se contentar em desterrar o que estava soterrado, como s...
27/05/2022

"Eles escavam...
Mas a escavação, da qual Celan fala, parece não se contentar em desterrar o que estava soterrado, como se fosse ação ligada à justif**ação de sua utilidade. Ela quer se apresentar como gesto elementar de uma repetição bruta, dessas que não nos tornam mais sábios, que não nos levam a inventar canção alguma, a imaginar linguagem alguma. Repetição que parece estar no lugar de uma prece, que se repete secamente. "Eles escavam"... pois há de se repetir a ação em ritmo de prece, sentindo o peso impredicado do que não tem tempo, do que se faz o dia todo e a noite toda porque é indiferente à existência do dia ou da noite, é indiferente ao passar do dia e da noite... o movimento no qual os afetos opostos desabam em um ponto de indistinção. Veio a indistinção entre o silêncio e a tempestade e, lá onde o silêncio berra e a tempestade cala, algo impossível irrompe: a abertura da infinitude de todos os mares diante dos amantes. Todos os mares...o que se sente diante de todos os mares? O sublime dinâmico que mostra a excelência de nossa destinação, seria possível dizer. Mas então o que faz lá o verme? O mesmo verme que se infiltrou no momento em que o poema se volta para o elementar na linguagem...o material do poema se atrofia... irrompe a primeira, a segunda e a terceira pessoa, mas uma terceira pessoa impessoal, tão democrática quanto o verme que corrói todas as carnes...na qual se quebram as fusões dos mares, estão lá para nos despossuir. Nos fazer passar de alguém a ninguém nos faz passar de quem se conta a quem não se conta mais...este que pergunta para onde você foi se não há lugar para ir."

(Vladimir Safatle)

27/05/2022
Havia terra neles, eEles escavavam.Escavavam, escavavam, e assim o dia todo, a noite toda. E não louvavam a Deus que, co...
26/05/2022

Havia terra neles, e
Eles escavavam.
Escavavam, escavavam, e assim o dia todo, a noite toda. E não louvavam a Deus
que, como ouviram, queria isso tudo
que, como ouviram, sabia isso tudo

Eles escavavam e não ouviam mais
Não se tornaram sábios, não inventaram canção alguma
Não imaginaram linguagem alguma
Eles escavavam
Veio um silêncio, veio também uma tempestade
Vieram todos os mares

Eu escavo, tu escavas e escava também o verme
E quem aí canta diz: eles escavam

Oh alguém, oh nenhum, oh ninguém, oh você
Para que lugar foi, senão a lugar algum?
Oh você escava e eu escavo, e eu me escavo rumo a ti
E no dedo desperta-nos o anel.

(Paul Celan)

"Poderíamos começar por nos perguntar sobre que situação epocal é esta na qual tentar aproximar-se de alguém através do amor deve ser descrito como um ato de escavar. Pois, se um dia o amor foi comparado a uma terra firme, aproximá-lo do ato de escavar indica que agora estamos diante de terra em excesso, terra demais que soterrou os amantes na distância do que se petrif**a, do que volta a inércia, daquilo com o qual cobrimos os mortos."

(Vladimir Safatle)

25/05/2022

escuto afetos em vagões
carregados como cargas
pesadas

palavras juntas ao peito
apertadas,
espremidas em vagões

ranger dos vagões carregados de afetos
atritos duros
barulhentos
em conflito
em forma de dor
de amor
de solidão acompanhada

afetos em vagões são palavras aprisionadas ou
mercadorias em liquidação?

convoco em mim um estranho pensar:
- onde está a locomotiva?
a energia capaz de produzir movimentos dos afetos e saída dos vagões?

está fora dos trilhos
na possibilidade de ação ou efeito de descarrilar, sair dos carris e jogar uma luz tênue nos afetos,
chamá-los para o chão -
desejo de vicissitudes
mudanças,
sucessão de alternâncias
entre o sim e o não,
o possível
os impossíveis também;
mas agora ...
e mais ainda agora,
fora dos vagões

Vania Martins
Psicanalista

"... no acaso ocaso das escolhasas ternas folhas roçama dura parede.nossa sede se escondeatrás do tronco da árvoree geme...
16/05/2022

"... no acaso ocaso das escolhas
as ternas folhas roçam
a dura parede.
nossa sede se esconde
atrás do tronco da árvore
e geme muda de modo a
só nós ouvirmos.
Vai assim seguindo o desfile das tentativas de nãos
o pio de todas as asneiras
todas as besteiras se acumulam em vão ao pé da montanha
para um dia partirem em revoada."

(Elisa Lucinda)

Seu inconsciente fala mais sobre você do que sua vã consciência pode imaginar. Segue nosso percurso de estudos sobre for...
16/05/2022

Seu inconsciente fala mais sobre você do que sua vã consciência pode imaginar.

Segue nosso percurso de estudos sobre formações psíquica, inconsciente segundo Sigmund Freud e Jacques Lacan - um 'passeio' contemporâneo entre a teoria de Aristóteles, Descartes, artes (impressionismo, expressionismo...), corpo como lugar de uma escrita, ciência neurológica, linguística, psicanálise e linguagem.

Um bom percurso para todos nós!

Até amanhã, pessoal!

Vania Martins

14/05/2022

Homenagem aos 60 anos da regulamentação da Psicologia.

"A gente não quer manicônio, a gente quer liberdade" - diz paciente do CAPS

Psicólogos: "É proibido cochilar."

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