07/10/2022
Texto um pouco mais longo que a gente gosta, mas a informação é importante pra quem luta contra a balança.
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A idéia de acelerar o para ajudar na perda de peso é muito sedutora por, na teoria, gerar resultados sem a necessidade de um controle alimentar maior. Mais ainda quando muitos acham que esses termogênicos, vendidos sem bula ou como fitoterápicos, são “naturais”, e portanto, menos agressivos. Pois a realidade é um pouco diferente.
👉Ao longo do século XX diversas substâncias termogênicas foram propostas para a obesidade e todas elas se mostraram pouco seguras, por aumentar frequência cardíaca, pressão arterial e efeitos adversos ainda mais graves. Alguns exemplos: efedrina, DNP, aminorex, fenilpropilamina... inclusive parte da fama de medicação para obesidade não serem seguras vem dessa sucessão de histórias de riscos no passado com os termogênicos. Aumentar o metabolismo artificialmente não se mostrou boa ideia ao longo dos anos (inclusive muitos estudos de em animais mostram que o caminho para o “envelhecimento saudável” vem em reduzir o metabolismo, gerando menos estresse oxidativo).. . outros exemplos de termogênicos: cocaína, nicotina.
👉Por outro lado, há ervas, alimentos e fitoterápicos que se vendem como termogênicos, mas revisões mostram que o efeito máximo é bastante limitado. Talvez o mais estudado seja o chá verde que, em doses altíssimas (e com risco de lesão hepática) levam a perdas de menos de 1kg a mais em 6 meses (é só em q não costuma tomar café). A ́na é um estimulante, mas tem poder termogênicos pequeno. Ou seja, a ideia que seu emagrecimento será mais fácil com essas substâncias é, digamos, ingênua.
👉Lembrando q muitos termogênicos vendidos por aí contém substâncias não declaradas, e é uma das maiores causas de busca a Pronto-Socorro nos EUA (e provavelmente aqui tb).
👉O futuro talvez seja encontrar opções que impeçam que nosso metabolismo caia ao emagrecermos: ou seja, mais do que acelerá-lo, seria uma forma de evitar a adaptação que tanto atrapalha a manutenção do peso perdido!
Ref: Bray. Medical treatment of obesity. Past, present, future. Best Pract Gastroent 2014