Psicólogos são profissionais da vertigem.Mergulham na escuridão e nas sombras do paciente. Seguem pelas almas a sua volta. Frequentam fronteiras do humano, abrem as comportas do inferno particular quando tocam em feridas, medos e vazios ancestrais...
As constantes modificações e avanços na área da tecnologia evocam novos desafios para psicoterapeutas e psicanalistas. Em alguns países como nos EUA as psicoterapias online são mais estudas e utilizadas. As dúvidas relacionadas à eficácia das terapias online têm sido comprovadas para abordagens em casos de depressão, pânico, transtornos de ansiedade, entre outros. Para as terapias cognitivo comportamentaiss existe estudo revelando a eficácia similar dos tratamentos online comparados aos face a face ( 4).
Em relação às psicoterapias de orientação analítica e à psicanálise o consenso se refere ao uso da internet para casos temporários, nos quais seja impossível transpor a distância que impede o encontro face a face. Neste trabalho vimos opiniões divergentes entre alguns autores que problematizam a questão de modo muito positivo. Psicoterapia e psicanálise online não é o mesmo que tratamento presencial e não tem sido indicadas sem um certo tempo de tratamento face a face. Uma experiência online deveria ser precedida de uma completa e adequada avaliação do paciente, observando a psicopatologia, a motivação e a capacidade de estabelecer aliança terapêutica, bem como suas condições de assumir as combinações que salvaguardem o sigilo e a confidencialidade. Quanto ao terapeuta, ele deve ter boa formação e dominar a teoria, sendo suficientemente flexível para lidar com um setting que não é habitual e capacidade para enfrentar o desconhecido que, nesse caso, além das questões próprias da relação, inclui a intermediação de equipamentos que são utilizados à distância (20, 21).
Finalizando, acrescentamos que essa área apresenta-se para investigação e experimentação e, talvez, devesse ser alvo dos cursos de formação em psicoterapia e experiências controladas que contribuam para aumentar sua eficácia e segurança.
Referências :
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21. Kowacs C. Relação terapeuta paciente na era virtual: repercussões no setting. J APRS, 2010 (segundo semestre): 8-9.
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(Sir Hob) Fonte:. www.polbr.med.br/ano16/art1016.php