
18/05/2017
A DRGE é a doença prevalente do sistema digestório. Está presente em pelo menos 25% da população adulta. Até 50% das consultas em gastroenterologia há queixas relacionadas a ela.
O retorno de conteúdo acido para o esôfago é comum e ocorre diversas vezes ao dia, por curtos períodos de tempo, em todas as pessoas, e esse ácido é eliminado do esôfago rapidamente.
Às vezes a mucosa do esôfago está com a resistência diminuída ou o ácido retorna com maior intensidade ou por maior tempo que a mucosa pode resistir. O ácido pode ainda refluir ate a garganta, ou causar sintomas pela simples irritação do esôfago. Nessas situações, o refluxo deixa de ser considerado normal e chama-se doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).
O principal sintoma é ardência ou queimação em algum ponto entre o epigástrico (“boca do estômago”) e o queixo, irradiando por trás do esterno (“osso do peito”), a popular azia. Podem ainda ocorrer sintomas atípicos, como dor ou dificuldade para engolir. Alguns pacientes podem apresentar sintomas extra-digestivos, relacionados ao aparelho respiratório, como faringites, otites de repetição, asma ou mesmo alterações gengivais e halitose.
O diagnóstico é feito através de dados clínicos e por exames como a endoscopia digestiva alta (EDA) que visualiza a mucosa esofágica e coleta de biópsias, se necessário. Podem ser necessários outros exames como PHmetria e a Manometria esofágica.
A DRGE é considerada uma doença crônica. O tratamento medicamentoso inicial é feito basicamente com medicamentos anti-secretores da classe dos inibidores da bomba de prótons.
O tratamento cirúrgico pode ser necessário em situações como complicações da DRGE ou nos jovens que necessitem de uso contínuo de medicação.