03/07/2021
A primeira ideia que vem à cabeça quando o assunto é relacionamento abusivo é a violência física. Isso faz com que muitas pessoas deixem de reconhecer outros comportamentos nocivos, alguns sutis, que aprisionam a vítima aos poucos. O abuso em um relacionamento é quando um dos lados usa o próprio poder seja físico, emocional ou psicológico para controlar o outro. O agressor trata a vítima com desrespeito, desvalorizando seu jeito de ser, diminuindo sua autoconfiança. O agravante é que isso nem sempre é praticado de maneira direta.Uma característica comum do abusador é que ele não tolera ser contrariado. Isso faz com que, após uma discussão, como forma de punição psicológica, adote o “tratamento do silêncio”, respondendo a vitima o estritamente necessário, de maneira fria, para que não haja tentativa de aproximação. O abusador ignora a presença do outro e, quando não moram juntos, desaparece por dias, sem dar satisfação, transmitindo desprezo, inclusive no mundo virtual, uma vez que não responde as mensagens enviadas pela vitima através das redes sociais.A recusa na comunicação é uma maneira perversa do abusador impor sua vontade, fazendo com que a vítima, em meio aquele vazio, se sinta culpada, mesmo sem entender o motivo, já que o distanciamento é sempre desproporcional à causa da discussão.Assim, confusa e insegura, acaba cedendo aos desejos do parceiro para sair daquela privação que a desorganiza. Quando isso acontece, o ciclo se repete, pois com a autoestima diminuída, a vítima tem dificuldade para identificar esta forma de violência oculta, principalmente quando, ao pedir desculpas, o parceiro a “recompensa” com demonstrações de carinho e promessas de mudanças de comportamento que, invariavelmente, são quebradas quando ele é novamente contrariado.
O amor deve ser congruente com ações que demonstram interesse e preocupação com o outro através de uma comunicação clara, sempre buscando saídas mais adequadas às necessidades do casal.Um relacionamento saudável é marcado pelo dialogo, onde ambos buscam chegar a um ponto de equilíbrio sem que isso implique na lei soberana de um dos parceiros que impõe, em nome do que denomina amor, os próprios desejos.