12/05/2024
Se tem uma coisa que a Psicanálise nos ensina é que, a função materna é essencial para crianças se tornarem adultos. Adultos capazes de amar, amar primeiramente a si, e depois o outro.
Sem o amor recebido nos primórdios da vida, sem o investimento de uma figura materna, tornamo-nos seres vazios de amor e incapazes de amar. Isso impacta principalmente no amor próprio, que é o primeiro que aprendemos e a base para uma vida emocional minimamente saudável.
Mas o que deixamos passar, muitas vezes, é que a função materna nem sempre é exercida pela mãe. Aliás, pela genitora. Pois existem mães que não foram genitoras, e genitoras que não foram mães.
Todos tivemos, em maior ou menor grau, uma figura materna. Mas, às vezes, o amor e acolhimento esperado desse vínculo, a genitora não foi capaz de exercer. E tudo bem, não estamos aqui para apontar dedos, cada um dá o melhor de si.
Porém, quando este é o caso, quando quem deveria ensinar sobre amor, transmite insegurança e desamor, surge a necessidade de aceitar os próprios limites e impor limites na relação.
Mas como não sentir culpa diante desta realidade?Afinal: "mãe é mãe", nos diz o social, colocando o vínculo sanguíneo acima de qualquer violência e desamor encontrado na relação.
Quando se questiona a realidade do vínculo, para além das comemorações e das cenas de comercial de margarina, podemos ressignificar o sentimento de culpa por não enxergar o vínculo de DNA acima do afetivo.
E assim, podemos olhar com gratidão para todos que vieram depois e exerceram, de certa forma, a função materna em nossas vidas, dando-nos espaços para sermos nós mesmos, com aceitação e amor, apesar dos pesares.
Pois uma coisa é certa, se você não encontrou amor, acolhimento e compreensão dentro de casa, sair dela te proporcionará encontrar tudo isso fora. Basta saber perceber e procurar. O amor materno é sim, essencial. Mas sua inexistência não te torna um ser incapaz de ser amado.
Beijos de luz.