13/05/2025
A criança não precisa de muito.
Ela não precisa da estante cheia de brinquedos,
nem de objetos coloridos que brilham, piscam ou falam.
Ela precisa de chão.
De tempo para se demorar,
de espaço para se espalhar,
de silêncio para escutar o que pulsa dentro e fora.
Precisa de um adulto que esteja ali —
não só com o corpo,
mas com o olhar que acolhe,
com a escuta que reconhece,
com a presença que sustenta.
Porque ela deseja habitar o mundo com poesia,
e para isso a criança precisa sentir que pertence.
Precisa saber que pode ser quem é,
com suas perguntas, seus silêncios, seus risos e seus espantos.
Ela precisa de pausas,
de vento no rosto,
de folhas secas no caminho,
de bolos de areia e sopas de lama
E tudo isso só acontece quando há um adulto atento,
que compreende que educar é mais do que ensinar,
é criar o tempo e o espaço para a infância ser e existir.
É cultivar um ambiente onde cada gesto é escuta,
cada toque é cuidado,
cada encontro tem valor.
A criança não precisa de muito.
Ela precisa de verdade.
E de um mundo que a convide a existir com inteireza.