
17/06/2025
A Sombra do Materno.
Grande parte do que se espera da maternidade é formada por ideias coletivas, que acontecem nas relações entre os grupos e que marcam o momento em que vivemos.
Aquilo que aparece como divulgado pela ciência, o que é ditado por vídeos aqui no Instagram. Isso tudo é uma produção cultural. E nem sempre, isso é viável. Não quer dizer que isso seja um modelo que caiba para você que atenda as suas necessidades e realidade.
De modo geral as mulheres são bombardeadas com informações e deveres, opiniões do que devem fazer. O papel materno é esticado cada vez mais por excessos de tarefas impostas por diversos lados. Essa é uma sombra da qual é Tabu se falar, boa parte das pessoas se sente perita em opinar o que considera correto, e as necessidades básicas da mulher tendem a ser invisibilizadas.
Um bebê bem cuidado requer uma mãe cuidada e amparada, os grupos onde a mulher está precisam aprender a dar espaço ao que a mãe quer, deseja, precisa. A construção do ser mãe passa também pelas relações da mulher com sua família, grupos, relações no trabalho.
Não há como pensar no bem estar da mulher/mãe se as pessoas e instituições não acolherem a Mãe. Isso quer dizer que boa parte do adoecimento pós parto se relaciona muitas vezes com a negligência e falta de apoio. O cansaço, a solidão, a demissão no trabalho, ou a contínua pressão no ambiente de trabalho, sem empatia e compreensão são fatores que somam no processo de adoecimento materno.
O rapto de Deméter é um mito que exemplifica o sofrimento materno. Hoje podemos atualizar a compreensão deste trecho do Mito expressando a solidão e falta de sororidade tão imersa em nossa cultura Misógena. Aí dá bem, que excessões existem e bons exemplos também. Mas não é para isso que estou atentando. A grande maioria das mulheres sofre e muito, por invisibilidade em seu meio familiar, no trabalho e nos grupos em que se relaciona.
A psicoterapia pode ser uma forma de cuidado e fortalecimento emocional muito importante.