06/08/2025
Nem todo início acontece como se imagina ou deseja. Entre o sonho e a vontade, a realidade se impõe. Há tentativas, dores não ditas, cansaço, culpa.
Amamentar quase nunca acontece de forma leve, serena, como idealizamos. Nosso corpo não responde apenas às nossas vontades —
muitas vezes, ele responde ao que pode. E isso também merece respeito.
Há mulheres que desejam com todo o corpo… e não conseguem. Há quem consiga… mas não deseje continuar. E há quem, entre uma coisa e outra, precise escolher o que sustenta também a si mesma.
O vínculo não se constrói só pelo peito. Ele se desenha no colo, no toque, na escuta. Na entrega, na presença inteira, ainda que imperfeita.
Não há uma única forma de alimentar.
O que existe são encontros possíveis —
estabelecidos por aquela dupla, que, mais do que certezas, precisa buscar um caminho onde caibam os dois.
Que prevaleça não o sacrifício, mas o vínculo que se constrói com verdade.
Se houve peito, que tenha havido aconchego — e não sofrimento.
Se houver mamadeira, que venha com doçura — e não culpa.
Se houver outro caminho, que seja com presença — à sua maneira.