19/10/2025
Durante muito tempo acreditou-se que a fecundação era uma corrida onde apenas o espermatozoide mais rápido vencia. No entanto, pesquisas recentes mostraram que essa ideia é incompleta. O óvulo não é um participante passivo: ele atua ativamente no processo, liberando sinais químicos que atraem determinados espermatozoide e rejeitam outros.
Estudos da Universidade de Estocolmo (2019) e da Universidade de Manchester (2020) confirmam que a zona pelúcida — camada externa do óvulo — contém proteínas receptoras capazes de reconhecer e permitir a entrada apenas de espermatozoide com a compatibilidade molecular correta. Assim que um espermatozoide é aceito, o óvulo ativa um mecanismo de bloqueio, impedindo que outros penetrem e evitando a dupla fecundação.
Em vez de uma corrida de força e velocidade, a fecundação é um diálogo biológico de reconhecimento e seleção, no qual o óvulo tem papel central. Em última instância, não é o mais veloz que vence, é o mais compatível que é escolhido.
Breno Schweller
Psicologia Clínica