
01/09/2025
Semana passada publiquei sobre Quiet Quitting. Hoje quero falar de uma variante silenciosa e ainda mais perigosa: o Quiet Cracking.
Imagine colaboradores que permanecem fisicamente presentes, mas emocionalmente “quebrados”. Não há explosões, nem demissões dramáticas, mas uma erosão invisível da motivação, criatividade e conexão com o trabalho. Pequenos sinais ignorados, microfrustrações acumuladas, tornam-se um ciclo silencioso de desengajamento que, se não percebido, corrói não apenas o desempenho, mas o sentido do trabalho.
O Quiet Cracking não é preguiça. É resultado de contextos onde reuniões não escutam, valores são negligenciados, líderes ausentes, sobrecarga sem propósito. O cérebro reage como à dor física: amígdala hiperativa, cortisol elevado, criatividade drenada. O resultado? Um colaborador que sobrevive, mas não floresce, transformando energia em mera sobrevivência.
Alguns sinais que antecipam o Quiet Cracking:
1. Esforço sem reconhecimento ou feedback signif**ativo – quando a dedicação não é notada, a motivação se esvai.
2. Desalinhamento entre valores pessoais e cultura da empresa – a identidade do colaborador se perde no caminho.
3. Sensação de isolamento e desconexão com o time – a colaboração deixa de ser natural e se torna formalidade.
4. Sobrecarga sem clareza de propósito ou impacto real – tarefas mecânicas substituem a criatividade.
5. Comunicação superficial – apenas cobrança e procedimentos mecânicos, sem espaço para voz e contribuição autêntica.
Se você é líder, é hora de escutar, reconhecer, criar espaços para voz e pertencimento.
Se você é colaborador, pergunte-se: minha energia está sendo investida com propósito ou apenas drenada em tarefas vazias?
O futuro do trabalho não será definido apenas por tecnologias, metodologias ou processos. Ele será decidido por culturas que valorizam pertencimento, diálogo e signif**ado, onde o indivíduo é reconhecido em sua totalidade.
Quando o silêncio não se transforma em palavra, ele se transforma em fissura. E fissura silenciosa pode se tornar colapso.
Na sua organização, há espaço para voz ou apenas terreno fértil para rachaduras? Reflita profundamente.