30/09/2025
Você já sentiu como se carregasse um peso invisível? Uma exaustão que não desaparece, mesmo após uma noite de sono. A rotina da mulher contemporânea, multifacetada e implacável, muitas vezes nos empurra para um estado de esgotamento que normalizamos como “o custo do sucesso” ou “a vida adulta”. Entre carreira, família, estudos e a busca por um ideal de perfeição, a nossa própria energia vital parece se esvair, deixando para trás um rastro de cansaço e frustração.
É um ciclo perigoso. Ignoramos os sinais que nosso corpo nos envia, as pequenas dores, a mente nublada, a falta de ânimo. Empurramos nossos limites em nome da produtividade e das expectativas externas, esquecendo que a nossa saúde é o alicerce de tudo. O autoconhecimento surge, então, não como um luxo, mas como uma necessidade vital. Conhecer nossos ritmos, respeitar nossos limites e entender o que nos nutre e o que nos drena é o primeiro passo para reivindicar nosso bem-estar.
Essa jornada de autoconsciência impacta diretamente nossa saúde. A ciência tem explorado condições como a Síndrome da Fadiga Crônica, que afeta desproporcionalmente as mulheres e é frequentemente subestimada ou mal compreendida. Não se trata apenas de “estar cansada”; é uma condição complexa que envolve fatores físicos e psicossociais, e que evidencia a importância de validarmos nossas experiências e buscarmos apoio.
Que este seja um convite para uma pausa. Um momento para se perguntar: como está a minha energia? O que meu corpo está tentando me dizer? Respeitar-se é o ato mais revolucionário que podemos praticar em um mundo que constantemente nos exige mais.
Referência Científica:
Zorzanelli, R. T. (2010). A síndrome da fadiga crônica: apresentação e controvérsias. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 20(4), 1143–1165. https://doi.org/10.1590/S0103-73312010000400006
Dra. Karen Morelli ❤️