23/11/2025
EU ACEITO A AVENTURA DE SER EU
(do eu pequeno ao EU Supremo)
Eu aceito a aventura de ser eu,
este eu pequeno, humano, frágil,
que tropeça, que teme,
que inventa histórias sobre si mesmo
para não lembrar Quem é.
Eu aceito a aventura de ser EU,
o EU que sempre fui,
antes do tempo, antes do corpo,
antes do primeiro suspiro e
depois do último pensamento.
Eu aceito a travessia.
A ponte que liga o finito ao Infinito
é feita de respiração, entrega e luz.
A cada inspiração, o eu se rende;
a cada expiração, o EU se revela.
Eu aceito o chamado silencioso
que diz:
“Solta o que não És.
Vem Ser o que sempre foste.”
Eu aceito me despir das memórias,
das dores, dos medos herdados,
dos papéis que já não vestem minha Alma.
Aceito caminhar nu diante de Deus
para descobrir que nunca estive vestido
de nada além Dele.
Eu aceito o risco de despertar.
O risco de não poder mais acreditar
no que parecia tão real:
as culpas, as faltas, as histórias tristes,
todas feitas de vento.
Eu aceito o milagre de me lembrar.
De olhar para o eu que sofre
e abraçá-lo com o EU que Ama.
De olhar para o eu que teme
e envolvê-lo com o EU que Sabe.
De olhar para o eu que se sente só
e devolvê-lo ao EU que É Tudo.
Eu aceito ser o Filho Único de Deus
na forma que hoje caminho,
neste corpo provisório,
neste instante eterno.
Eu aceito me entregar
àquilo que respira em mim
quando eu mesmo paro de respirar.
Eu aceito me tornar
o que jamais deixou de Ser.
EU ACEITO A AVENTURA DE SER EU.
E, ao aceitar, descubro:
não há estrada a percorrer,
não há montanha a escalar —
há apenas o retorno ao Lar
que sempre esteve aberto
dentro de mim.