
16/07/2024
Durante muitos anos, vivi uma vida em que sentia muito pouco das minhas emoções de verdade. Não porque eu não as tivesse, mas porque não sabia como administrá-las, regulá-las. Com o tempo, aprendi a suprimir o que sentia, a esconder o que realmente se passava dentro de mim. Era uma forma de proteção, mas essa proteção também me impedia de viver plenamente.
Lembro-me de momentos em que parecia que eu estava apenas passando pelos dias, sem realmente experimentá-los. Sentia-me desconectado, como se uma parte essencial de mim estivesse adormecida. As alegrias eram mornas, as tristezas, superficiais. Estava preso em uma espécie de limbo emocional, onde tudo parecia incolor e sem vida.
Foi um longo processo até que eu compreendesse a importância de sentir. Não foi fácil, e muitas vezes foi doloroso. Mas, aos poucos, fui aprendendo a acolher minhas emoções, a permitir que elas fluíssem através de mim. Foi como abrir uma janela em uma sala escura e deixar a luz do sol entrar.
Ao me permitir sentir de verdade novamente, comecei a notar mudanças significativas. Meu corpo parecia mais leve, minha mente mais clara. As emoções, antes reprimidas, começaram a fluir de uma maneira mais saudável. Percebi que, ao enfrentar minhas emoções de frente, ao invés de fugir delas, eu podia aprender com elas. Podia usá-las como guias, como ferramentas para entender melhor a mim mesmo e ao mundo ao meu redor.
Descobri uma nova profundidade nas minhas experiências diárias. A alegria se tornou mais vibrante, a tristeza, mais autêntica. Até a raiva e o medo, que antes eu temia, se tornaram professores valiosos, mostrando-me onde eu precisava crescer e evoluir.
Permitir-me sentir de verdade foi um ato de coragem e auto-compaixão. Foi um passo essencial para me reconectar comigo mesmo e com os outros. E, através dessa reconexão, encontrei um novo sentido de viver. Viver não é apenas existir; é sentir, em toda a plenitude e complexidade que as emoções humanas trazem.
Hoje, sei que viver é sentir, e sentir é viver. Ao abraçar minhas emoções, ao permitir que elas me guiem e me ensinem, estou vivendo de forma mais autêntica e plena. Estou presente, conectado e verdadeiramente vivo.