02/07/2025
Não é o tapa, é o silêncio depois do choro.
É crescer ouvindo que você “faz drama”, que “não foi nada”, que “é só levantar e seguir”.
É ter pais presentes no boleto… mas ausentes no afeto.
Pais exaustos demais para acolher, ocupados demais para sentir, feridos demais para ensinar o que nunca aprenderam.
A estrutura que sustentou o corpo, não sustentou o coração.
E aí você aprendeu a sobreviver, mas não aprendeu a se escutar.
Sua criança interior só queria ser sentida, mas foi invalidada. De novo e de novo.
E, sem perceber, você começou a buscar validação nos lugares errados.
Pediu aprovação a quem não sabe lidar com sentimentos e, foi chamada de intensa, frágil, exagerada.
Cada nova invalidação reabriu uma ferida antiga, até que você começou a duvidar de si.
Mas não era fraqueza, era trauma, era ausência de uma linguagem emocional.
A linguagem do sentir é a ponte de volta, não para o passado, mas para sua verdade mais viva.
E sentir, no novo paradigma, não é um risco, é um CAMINHO de regulação.
É o corpo te mostrando que dá para habitar a vida, e não apenas sobreviver nela.
Cuidar da criança ferida dentro de você não é sobre “voltar ao passado”… é sobre parar de reencenar a dor no presente.
Você não está quebrada, só aprendeu a se proteger num mundo que nunca soube te acolher.
Quantas vezes você se calou para não ser chamada de exagerada?
Excelente texto de Evelyn Roos