
23/07/2025
Seu corpo fala uma língua.
O mundo fala outra.
E você f**a no meio, tentando traduzir.
Seis da manhã. Despertador toca. Seu corpo murmura "mais cinco minutos... por favor". A agenda rebate "reunião às oito, relatório às dez, prazo às dezesseis".
Bem-vindo ao cabo de guerra do inverno.
De um lado, 200 mil anos de evolução sussurrando: "É hora de recolher, armazenar, regenerar." Do outro, uma sociedade que não reconhece estações internas gritando: "Produtividade não tem férias!"
Na Medicina Tradicional Chinesa, julho marca o despertar do elemento Água - quando nossos rins começam a trabalhar como formiguinhas, guardando energia para os meses que virão.
É como ter um chefe invisível no seu corpo dizendo: "Agora é plantar, não é colher."
Mas você vive em um mundo que planta, colhe, processa e vende tudo no mesmo dia.
O resultado? Uma pessoa dividida entre dois ritmos incompatíveis.
"Por que me sinto lento se minha lista de tarefas está igual?"
"Por que quero chocolate quente enquanto todos querem ice coffee?"
"Por que minha cama virou meu lugar favorito do universo?"
Porque seu corpo não leu o manual da produtividade capitalista.
Ele ainda acredita em ciclos. Em pausas regenerativas. Em honrar o tempo de recolhimento antes da expansão.
Imagine se uma árvore se culpasse por não dar frutos no inverno. Ou se um urso se sentisse preguiçoso por hibernar.
Você está literalmente em uma estação diferente por dentro, mas cobrando de si mesmo como se fosse verão permanente.
E se, em vez de resistir a essa energia de recolhimento, você a honrasse? E se desacelerasse não por fraqueza, mas por sabedoria ancestral?
O mundo pode não entender. Mas seu corpo agradeceria.
Se você também está nesse cabo de guerra entre ritmos internos e externos, compartilhe com alguém que precisa dessa permissão para ser sazonal.