08/07/2025
Vivemos em uma sociedade que valoriza soluções imediatas. Diante do sofrimento — seja físico, mental ou emocional — a busca é quase sempre por algo rápido, acessível e externo: um comprimido para dormir, outro para acalmar, outro para ter ânimo. Mas e se a raiz do desequilíbrio estiver dentro, e não fora? É aí que o yoga entra como um convite — não como um atalho, mas como um caminho.
O yoga, ao contrário de remédios que atuam diretamente nos sintomas, propõe uma transformação gradual, silenciosa, mas profunda. Ele não promete alívio imediato. Em vez disso, convida à presença, à escuta do corpo, ao enfrentamento das emoções, à consciência dos pensamentos. A transformação que o yoga promove é interna: é a substituição do automatismo pela escolha consciente, da tensão pelo relaxamento, da reatividade pela serenidade.
Por isso, muitas vezes ele é rejeitado ou negligenciado. Porque exige constância, entrega, humildade. Porque não se vende em farmácias e não vem com bula. As pessoas preferem um comprimido porque ele parece mais fácil, mais prático, mais controlável. Mas é também passageiro e, muitas vezes, paliativo.
O yoga nos ensina que o verdadeiro remédio somos nós mesmos. A cada respiração consciente, a cada momento de silêncio interno, vamos desatando os nós que carregamos — às vezes há anos. A mudança não é brusca, mas é real. E quando olhamos para trás, percebemos: o que antes parecia impossível de suportar foi sendo transformado em força, em compreensão, em leveza.
Tomar um comprimido é rápido. Transformar-se dá trabalho. Mas é só através da escolha ativa por esse caminho de autoconhecimento que a verdadeira cura — a que vem de dentro — pode acontecer.