22/12/2018
Tudo em seu tempo
Nós nascemos, crescemos e morremos, certo? Certo! Nós nascemos, estudamos, passamos no vestibular, namoramos, nos formamos, casamos, temos o primeiro filho, depois o segundo, dois filhos está bom, envelhecemos, os filhos crescem e saem de casa, e assim segue a vida deles também, certo? Não, nem sempre.
Cada pessoa tem o seu tempo, e nele tudo acontece de acordo com as nossas vivências e a forma como nos desenvolvemos no mundo. O momento do outro pode ter sido casar aos 20 anos, mas o seu pode casar aos 30, 40 anos, ou nem mesmo casar. Ter filhos, concluir a graduação, ou não fazer nenhum dos dois.
Vivemos em uma sociedade onde existem regras “impostas” de forma inconsciente, de que temos que seguir um padrão para que tenhamos realmente vivido, ou que tenhamos “aproveitado a vida ao máximo”.
Uma importante reflexão por exemplo, pode ser a seguinte: será que faz sentido para mim sair do ensino médio e iniciar um curso superior? Esta é uma escolha realmente minha, ou a sociedade disse que é isso que eu devo fazer? Neste caso do curso superior, muitas vezes nem ao menos temos certeza de qual curso seguir, mas “precisamos” entrar no padrão, então escolhemos algum curso. Esta escolha muitas vezes acaba sendo precipitada e depois ela deve ser revista e reformulada. Não seria melhor esperar o momento certo para iniciar a graduação? O SEU momento certo? Nesta busca desenfreada por pertencer a um grupo, acabamos perdendo o nosso desejo, nosso sentido, pois estamos vivendo em modo automático, preenchendo todos os check-list da vida padrão.
Outra importante questão para reflexão é o que essas escolhas acabam fazendo conosco. Talvez por não nos darmos conta que o tempo de cada um é diferente, temos sofrido para nos relacionarmos, para seguirmos com nossas escolhas, para conseguirmos vivenciar a vida com leveza. Cada um vive com seu próprio tempo, e cada um consegue lidar com situações apenas de acordo com seu próprio tempo.
Pode parecer que alguns dos nossos amigos e conhecidos mais jovens estão “melhores” do que nós, e outros pode parecer que estão “piores”. Isso tudo é apenas um ponto de vista. O que é bom e válido para o outro, pode não ser válido também para mim, e vice-versa. Os outros estão em seus próprios momentos, e nós, no nosso. Portanto precisamos vivenciar nossa vida de acordo com o que é nosso, não com o que é do outro. Não estamos atrasados ou adiantados, estamos no nosso tempo certo, e a partir do momento em que entendermos esta verdade, nossa vida irá se tornar mais leve, e somente então iremos realmente viver - não pelo ou para os outros, mas sim, por nós mesmos.
Sugiro que nos momentos em que você se sinta angustiado, desanimado ou ansioso pelas escolhas de sua vida, pelo o que viveu ou deixou de viver, reflita sobre qual é a sua verdade, sobre o que realmente lhe traz sentido e lhe movimenta. Esta reflexão nem sempre é fácil, mas pode ser muito significativa e trazer muita leveza à sua vida.
Psicóloga Patrícia Godinho Poloni - CRP 07/27232
Especializanda em Avaliação Psicológica pelo Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG
Caxias do Sul - RS