14/09/2025
Na Gestalt-Terapia, falar de máscaras é entrar no campo das adaptações e das defesas que criamos para sobreviver, nos proteger e, ao mesmo tempo, pertencer.
Máscaras como formas de adaptação
Desde cedo, aprendemos a vestir máscaras: a do filho obediente, a do profissional competente, a do forte que não chora, a da pessoa sempre disponível. Essas máscaras cumprem uma função – elas nos ajudam a lidar com o mundo, a obter aceitação e a evitar rejeições dolorosas.
Contato interrompido
Na visão gestáltica, porém, quando ficamos presos nessas máscaras, o contato com o ambiente e com o outro se torna empobrecido. A relação passa a ser mediada por uma persona rígida, e não pelo ser autêntico que habita por baixo. A máscara interrompe o fluxo criativo do contato.
A terapia convida a olhar para a função da máscara em que momento ela foi necessária? O que ela protege? De quem ou do quê? e a reconhecer que por trás dela há um eu vivo, espontâneo, que anseia por se mostrar no encontro. Não se trata de destruir a máscara, mas de torná-la flexível, consciente, podendo escolher quando usá-la ou deixá-la cair.
O processo terapêutico abre espaço para o encontro genuíno: quando deixamos que algo de nós, mais cru e mais real, apareça diante do outro. Esse momento pode ser assustador, mas também profundamente curador, porque nos coloca em contato com nossa essência e nos devolve a possibilidade de uma vida mais autêntica.
✨ Em Gestalt, portanto, a máscara não é vista como “errada”, mas como parte de um caminho. O trabalho é perceber se ela ainda serve, ou se já se tornou prisão.
Natalina Anghinoni
Desenvolvimento pessoal e Autoconhecimento!