
15/05/2025
Tenho refletido sobre nosso adoecimento coletivo. Estamos adoecendo, mas não é por fraqueza individual e sim por um cansaço estrutural. Um esgotamento que não vem só de dentro, mas que nos atravessa por todos os lados.
Vivemos numa lógica que transforma tudo — e todos — em recurso. Produzimos sem pausa, competimos sem fim, acumulamos tarefas, metas, diplomas, validações. Fomos ensinados que descansar é preguiça, que sentir é fraqueza. E que se mostrar vulnerável é um defeito.
E se você está cansado… é porque não está se esforçando o suficiente. O nome disso é capitalismo emocional, um sistema que monetiza até o afeto, que coloniza o tempo, o corpo, os sonhos
E que nos convence de que sucesso é estar sempre ocupado — mesmo que vazio por dentro.
Estamos adoecendo porque nos fizeram acreditar que precisamos render o tempo todo, mas não fomos feitos para apenas produzir, fomos feitos para viver, para criar, para amar e, sobretudo, para parar. Nosso corpo protesta quando nossa alma não é ouvida. Nosso coração adoece quando nossa vida perde o sentido.
É hora de perguntar, com coragem:
Quem se beneficia do nosso cansaço?
Que tipo de mundo estamos sustentando com nossa exaustão?
E o que, em nós, ainda pode ser resgatado e refeito?
Estamos adoecidos por um sistema que nos destrói.
Hoje são as máquinas que estão pensando.
Como resistiremos ?