07/10/2024
Especialistas cobraram mais rigor no diagnóstico e na prescrição de medicamentos para o tratamento do TDAH entre crianças e adolescentes.
O uso indiscriminado da Ritalina parece ter virado uma cultura, até para comodidade de pais. Isso, claro, tem algum efeito para aquela criança ou adolescente. Que impacto isso tem? Que sequelas isso pode ter? É preocupante o efeito devastador que o uso indiscriminado deste medicamento, que virou moda, esteja causado para as futuras gerações do Brasil.
Vivemos uma epidemia não de transtornos mentais, mas de diagnósticos de transtornos mentais. Um ideário que não aceita diferenças, questionamentos, singularidade.
Existem ainda os efeitos tardios provocados pelo uso continuado de medicamentos: dependência, mascaramento de doenças como ansiedade e síndrome do pânico, diminuição de apetite e sono, problemas cardiovasculares e até óbito.
A medicalização promete respostas imediatas e simplistas. O uso da Ritalina vem sendo feito de forma indiscriminada, muitas vezes sem qualquer acompanhamento.
A medicalização está acontecendo. E por que acontece? Realização de um diagnóstico rápido, diagnósticos realizados em pequenas sessões, às vezes por um profissional somente. Um diagnóstico não pode ser feito em 30 minutos. O TDAH não é tão simples assim. É preciso fazer uma anamnese bem-feita, investigar a criança na sua essência, desde o seu nascimento. É uma investigação profunda e séria.
Quando não é feito um diagnóstico e um tratamento adequados, as pessoas que vivem com esse tipo de doença podem sofrer consequências bem importantes: baixa autoestima, sonolência diurna, impulsividade, oscilações de humor importantes, uso de álcool e dr**as e dificuldades nos relacionamentos interpessoais.
Ainda que existam casos em que a medicação é sim uma boa opção e entrega bons resultados nos tratamentos de diversas condições, o cenário é de uma medicalização em excesso e sem precedentes, sem investigar causas, hábitos alimentares, rotina e afins.
Fonte: Agência Senado