20/11/2025
Leonardo Da Vinci seria rejeitado em 2025.
Outro dia vi um vídeo que não saiu mais da minha cabeça:
se Leonardo Da Vinci enviasse um currículo hoje, ele provavelmente seria descartado.
Sim, Da Vinci, o homem que dominava pintura, engenharia, anatomia, arquitetura, música, física e tudo o que colocava a mão. Um gênio impossível de existir duas vezes.
E ainda assim, no mercado atual, ele provavelmente receberia um “você não se encaixa no perfil”.
Porque hoje não basta ser excelente.
É preciso ter dois anos de experiência em uma vaga que paga como estagiário.
Dominar dez ferramentas que poucas empresas oferecem treinamento.
Ser multitarefa, multifuncional, multidisciplinar e ainda sorrir.
Falar inglês fluente, ter pós, ter cursos, ter resiliência infinita.
E tudo isso por salários que muitas vezes são menores que os de trabalhos que não exigem nenhuma dessas qualificações.
Não porque esses trabalhos não mereçam bons salários, merecem.
O absurdo está na desproporção.
Vivemos um mercado que exige um Da Vinci por preço de iniciante.
Que cobra genialidade e entrega desgaste.
Que chama sobrecarga de “versatilidade”.
Que exige equilíbrio emocional enquanto destrói a saúde mental.
E quando o profissional não aguenta mais, a culpa recai sempre sobre ele:
“Ninguém quer trabalhar.”
Mas a pergunta que realmente importa é outra:
Quem é que consegue trabalhar direito em um sistema que nunca está satisfeito?
Quem suporta entregar tudo e ainda ser tratado como descartável?
Quem aguenta viver apagando incêndio com salário de sobrevivência?
A verdade é dura: não é falta de vontade.
É falta de condições.
É falta de humanidade.
É falta de senso de proporção.
E talvez o maior sinal de que algo está profundamente errado seja simples:
Se nem Da Vinci seria contratado, o problema não está nos candidatos.
Está no mercado.
Vale a reflexão.
Qual será o limite?
Até onde o mercado "da seleção" vai excluir?!