
25/06/2025
Falar de saúde mental é urgente. Mas parece que tudo virou “transtorno” e os diagnósticos em saúde mental, tão complexos quanto questionáveis, viraram "trends" de sucesso para blogueiros e influencers “lacrarem” e lucrarem nas redes.
As redes sociais abriram espaço para conversas importantes sobre Saúde Mental. Mas também criaram ruídos que confundem o que é conhecimento, com referenciais bem estabelecidos e por quem estuda à fundo a área, com informações superficiais que rotulam, enquadram facilmente e são um verdadeiro desserviço!
Hoje se fala sobre temas relacionados à importância da saúde mental e isso é importante para desestigmatizar velhos preconceitos.
Muitas mulheres, por exemplo, finalmente conseguem se reconhecer em sofrimento dentro dos seus relacionamentos, o que antes era silenciado, agora pode, enfim, ser reconhecido com a informação que chega e isso é um primeiro e grande passo!
A escuta do sofrimento psíquico ganhou espaço fora do consultório.
Isso é necessário e potente.
Mas traçar "perfis" e enquadrar pessoas, de forma genérica e impessoal, em diagnósticos como: ansiedade generalizada, autismo, borderline, depressão, burnout, TDAH...É leviano e não ajuda em nada quem está em alguma forma de sofrimento! Há riscos reais:
Sintomas complexos são explicados em 15 segundos.
Diagnósticos são feitos com base em vídeos curtos.
Termos clínicos viram gírias: “sou muito borderline”, “sou 100% TDAH”.
Isso não é saúde mental. É ruído.
Falar de saúde mental é importante. Mas é no encontro — e não no algoritmo — que o cuidado começa.
Se algo ressoou em você, talvez seja hora de transformar o ruído em escuta real.