01/07/2022
Postagens sobre óleo de coco sempre trazem polêmicas desnecessárias, mas são importantes para evitar a desinformação. 👉O óleo de coco não é recomendado como óleo de escolha para cozinhar no dia-a-dia pois em sua composição possui altas concentrações de ácido láurico, uma gordura saturada associada a aumento de inflamação e que mostra aumento de colesterol LDL (associado a aterosclerose). Embora ele também aumente ligeiramente o HDL (considerado “colesterol bom”), os corpos de evidência que temos sugerem que devemos preferir óleos vegetais com gorduras insaturadas como óleo de escolha no dia-a-dia (o mais estudado é o azeite de oliva, com estudos de desfechos em dieta Mediterrânea). 👉Embora haja argumentos de que colesterol ou inflamação são desfechos substitutos, isto é, o que importa é aumentar ou não o risco cardiovascular, em estudos nutricionais temos que nos valer de muitos desses desfechos pela impossibilidade de fazer estudos clínicos de longo prazo com cada um dos ingredientes que utilizamos. Mesmo assim, temos meta-análises de estudos de intervenção que demonstram que trocar gorduras saturadas pelas insaturadas estão associadas a um risco menor de doença cardiovascular, ao redor de 15% (mas trocar gorduras saturadas por carboidratos refinados, não, ou seja, mais do que sugerir alguém evitar um alimento é discutir pelo que vai substituir). 🌟Isso não signif**a que não se pode consumir óleo de coco vez ou outra em uma refeição que ele caía bem em uma receita; signif**a apenas explicar que optar conscientemente por cozinhar com ele como uma estratégia de melhora de saúde não se justif**a pelo que sabemos de sua composição. 👉Uma meta-análise recente mostrou q dalém de aumentar o colesterol LDL, não houve nenhum benefício adicional no seu consumo (como peso ou glicemia) e a quantidade de ácido graxo de cadeia média, que alguns usam como argumento para esse benefício, são relativamente modestas nesse óleo! Ref: Neelakantan. Effect of coconut oil on CV risk factors. Circulation 2020