26/08/2025
Existe um tipo de medo que quase ninguém ousa confessar em voz alta…
Mas ele existe. Vive escondido no peito de muitas de nós. Um medo silencioso, mas que pesa como pedra.
E não tem a ver com rugas.
Nem com cabelos brancos.
Nem mesmo com a bengala que um dia pode apoiar nossos passos.
É outro tipo de receio.
Mais íntimo. Mais profundo.
💔 O medo de deixar de ser dona de si mesma.
Não falo da solidão, nem do tempo que apaga a juventude.
Falo do dia em que, de repente, o corpo deixa de responder como antes.
Do momento em que levantar da cama deixa de ser gesto automático e passa a ser batalha.
Falo do instante em que a mente começa a tropeçar na própria memória.
Às vezes, ao acordar, penso nisso em silêncio.
Como se nomear o medo fosse o mesmo que torná-lo real.
E se um dia eu não conseguir me levantar sozinha?
E se o espelho me mostrar um rosto que já não reconheço?
E se eu esquecer o café no fogo ☕, o nome de alguém amado… ou até mesmo a mim?
Mas sabe o que dói ainda mais?
Não é a perda da força.
Não é a falha da memória.
O que realmente corta fundo é imaginar que, nesse estado, deixem de me enxergar como mulher.
Uma mulher com história.
Com força.
Com presença.
Com dignidade. 🌹
Não quero ser reduzida a “obrigação”.
Nem tratada como peso.
Quero que, mesmo quando for mais lenta, mesmo quando precisar de apoio, meus olhos ainda sejam vistos com respeito.
Porque o corpo pode enfraquecer.
Mas a dignidade permanece firme como raiz em terra antiga. 🌳
O que assusta não é apenas depender.
É ser diminuída.
É ser tratada com impaciência, com aquele tom infantilizado que fere mais do que gritos.
É ser reduzida a estorvo, quando na verdade carregamos histórias que levantaram lares, educaram filhos, sustentaram sonhos.
Esse é o outro medo.
O medo de ser esquecida como pessoa.
Por isso, enquanto posso, faço tudo por mim mesma.
Mesmo que leve mais tempo.
Mesmo que chore escondida no banheiro 🚿, lavando lágrimas junto da espuma.
Faço porque preciso me lembrar todos os dias: ainda sou eu.
E se um dia chegar o momento em que eu não conseguir mais…
que aqueles ao meu redor entendam:
❌ Não quero pena.
💞 Quero cuidado.
🤝 Quero respeito.
Não sou menos por precisar.
E se um dia eu estender a mão trêmula, que alguém a segure como quem segura uma vida inteira de histórias.
Talvez eu seja mais lenta.
Talvez precise de apoio.
Mas estarei ali. Inteira.
Cheia de vida, mesmo quando o corpo já não acompanhar o coração.
✨ Porque a velhice não é o fim.
É apenas uma nova estação.
E até as árvores, mesmo quando perdem as folhas, continuam de pé — belas, firmes e cheias de significado.