
17/08/2025
Cuidar de um pai ou de uma mãe idoso é, sem dúvida, um gesto de amor profundo. No entanto, é importante não romantizar essa experiência quando ela se torna um cuidado solitário. Muitas vezes, a sociedade enaltece a figura do “filho dedicado”, mas se esquece das dores, renúncias e sobrecargas que esse papel impõe. Ao ser colocado como herói silencioso, esse filho pode se ver aprisionado em uma expectativa de doação absoluta, onde suas próprias necessidades emocionais, sociais e até de saúde são deixadas de lado.
O cuidado, quando isolado, pode se transformar em exaustão, em sentimentos de solidão e, não raramente, em adoecimento. É preciso lembrar que amar não significa cuidar de tudo sozinho. O cuidado digno não é apenas aquele direcionado ao idoso, mas também ao cuidador — que necessita de apoio da família, da comunidade e, sempre que possível, de serviços de saúde e assistência social.
Desromantizar esse lugar significa abrir espaço para a verdade: cuidar é nobre, mas também é pesado. E reconhecer o peso não diminui o amor, pelo contrário, o humaniza. O cuidado compartilhado, em rede, torna-se mais saudável para todos os envolvidos, permitindo que o idoso seja acompanhado com dignidade, sem que o filho cuidador precise abrir mão da própria vida em silêncio.
Sobre🌻Viver Psicologia Clínica – CRP 11/0575
Psicóloga RT: Daniela Coelho Andrade – CRP 11/08656
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📍 Clínica João Paulo II, Crato – CE
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