
30/10/2023
Essa notícia tem gerado opiniões controversas e decidi vir aqui dar a minha humilde opinião:
É verdade que devemos olhar com cautela o uso de medicações, principalmente em crianças.
Hábitos não são “medicalizáveis”. Não adianta só prescrever remédio, já sabemos disso.
As crianças precisam aprender a comer. Os pais precisam cuidar dos alimentos que entram em casa, do que as crianças comem na escola, nos finais de semana. Isso é responsabilidade nossa.
Não é infrequente vermos crianças comendo biscoito recheado, salgadinho de pacote, Danoninho, todos os dias no lanche da escola. Parece mentira diante de tanta informação que temos hoje em dia, mas não é.
Atividade física, brincar, correr. Isso quase não vemos mais. A maior parte das crianças vivem jogando vídeo game e assistindo youtube. No recreio das escolas as crianças não brincam mais nos parques, elas pegam seus celulares e vão jogar.
Entretanto, também temos que entender que existem causas genéticas de obesidade. Existem crianças com obesidade grave na infância, com riscos de saúde grave. E essas crianças?
A obesidade genética, pode estar ligada a genes onde existe uma falha na transmissão da percepção de saciedade. São crianças que comem grandes volumes de comida e não se sentem saciadas, possuem uma necessidade de estar comendo com frequência e em grandes volumes. Essas crianças podem sim, se beneficiar muito com o uso das medicações.
Portanto, a minha influência hoje, como especialista nesta doença, é:
Não compartilhe desinformação. Não colabore para estigmatizar ainda mais, uma doença que já traz tantos impactos socioemocionais.
Se você tem filho(a) com obesidade, procure um especialista para te guiar. A primeira mudança devem ser os hábitos de vida, e isso é possível. E caso medicamentos sejam necessários, eles devem ser avaliados com cuidado e prescritos por um médico.
Quem trabalha com obesidade sabe que medicamentos, na maior parte das vezes, fazem a diferença.
Agora me conta aqui nos comentários, qual sua opinião sobre o assunto?