18/10/2024
Segura que vem textão.
Medicina, arte do cuidar, tratar, curar.
Vim de uma família humilde, lutei muito para conquistar minha vaga na Universidade Federal do Paraná - e, depois, ingressei no Hospital de Clínicas para realizar minha residência médica. Cada vitória, só eu sei, o quanto foi batalhada.
Ao longo dessa jornada tive perdas, muitas. Perdi minha mãe já no início da minha faculdade, para um câncer. Ponto crucial na minha formação. Ali, de fato, eu sabia o tipo de médico que eu queria ser - e também o que eu não queria ser. Tive momentos marcantes com médicos péssimos, que não estavam nem aí para a nossa dor; assim como médicos incríveis, humanos, atenciosos, que me inspiram até hoje.
Ao longo da faculdade passei por quadros de depressão, enfrentei, melhorei, piorei. Na residência médica, momento de cargas horárias altas, muita cobrança, alguns preceptores péssimos - que não estão nem aí para a saúde mental de seus residentes - e também cuidando em paralelo do meu pai e da minha avó, ambos doentes, novamente tive um quadro depressivo grave. Fui fortaleza, enfrentei, venci.
Tudo isso me fez ser quem sou hoje. Quando eu falo que te entendo, querido paciente, é porque realmente entendo, já estive na sua pele. Quando eu falo que quero e vou te ajudar, é porque realmente eu quero ver você melhor.
Sou extremamente grato a tudo que a medicina me proporciona. Cuidar, ser parte da vida de muitos, levar lembranças e recordações de cada paciente tratado, de cada família acolhida.
Obrigado medicina por me dar a chance de encontrar meu propósito no meio de tantas batalhas. Obrigado meus queridos pacientes por confiarem suas vidas aos meus cuidados.