28/11/2024
Assistir Joy foi realmente uma experiência. O filme, além de contar como surgiu a fertilização in vitro e falar sobre a trajetória até a Louise Brown, o primeiro bebê de FIV, toca em feridas que muitas de nós, tentantes, carregamos.
Uma das falas da Jean Purdy me marcou muito: “Nós mulheres presumimos que podemos ter filhos. É o que nos dizem. Existe uma expectativa biológica e social. E nada é capaz de tornar a dor dessa falta maior.”
Essa frase ecoou em mim como um abraço apertado e uma validação para sentimentos que, muitas vezes, nem consigo explicar.
É interessante ver a sensibilidade que os conflitos internos que enfrentamos foram tratados: o peso de não corresponder as expectativas e até mesmo o questionamento da fé. Inclusive, eu falo bastante sobre isso, porque também foi um dos meus conflitos — tem até um vídeo aqui no perfil da ONG falando sobre fé e FIV.
Um outro ponto que me emocionou foi o sacrifício das mulheres que participaram dos estudos. Elas sabiam que talvez não tivessem sucesso, mas sua luta abriu portas para milhões de outras mulheres realizarem o sonho de gerar uma vida. É impossível não sentir gratidão por elas.
E claro, a Jean, é o coração do filme. Ela entendeu como poucas o peso da infertilidade sobre nós. Mais do que uma embriologista e enfermeira, ela foi um símbolo de empatia e acolhimento.
Joy não é só um filme, é uma homenagem às batalhas que enfrentamos para sermos mães e uma celebração à ciência. Para quem é tentante, é impossível não se sentir representada e emocionada ao assistir. Uma história de dor, superação e, acima de tudo, esperança – que é o que nos mantém caminhando. 💜
Review por Vanessa Jost, uma ex-tentante.