20/06/2024
O cigarro eletrônico, muitas vezes visto como uma alternativa mais segura ao cigarro tradicional, esconde armadilhas profundas que vão além da sua aparência inofensiva e do sabor agradável. Um desses perigos é o potencial para o desenvolvimento do vício, que pode ser explorado à luz da psicanálise.
A psicanálise nos ensina que os comportamentos viciantes muitas vezes preenchem lacunas emocionais profundas. O ato de fumar, seja eletrônico ou não, pode servir como uma forma de aliviar ansiedades, preencher vazios emocionais ou até mesmo reforçar rituais que remetem à infância. Assim, o cigarro eletrônico não só alimenta a dependência física pela nicotina, mas também pode se tornar um suporte psicológico para enfrentar desafios do dia a dia.
Além disso, a natureza aparentemente inofensiva do cigarro eletrônico pode iludir os usuários, levando-os a subestimar os riscos associados.
A ansiedade, um dos transtornos mais comuns na sociedade contemporânea, pode ser exacerbada pelo uso do cigarro eletrônico. A busca por alívio imediato através da nicotina pode se tornar um ciclo vicioso, onde o ato de fumar eletronicamente serve como uma forma de autotratamento para a ansiedade, mas que, a longo prazo, pode intensificar os sintomas.
No caso da bipolaridade, caracterizada por mudanças extremas de humor e energia, o cigarro eletrônico pode representar um mecanismo de regulação emocional prejudicial. O tabagismo, incluindo o eletrônico, tem sido associado a alterações na função cerebral que podem agravar os sintomas de mania e depressão, complicando o manejo da condição.
Além disso, os distúrbios do sono, essenciais para a saúde mental e física, podem ser adversamente afetados pelo uso do cigarro eletrônico. A nicotina atua como um estimulante, interferindo nos ciclos naturais de sono e vigília. Isso não apenas compromete a qualidade do sono, mas também contribui para um ciclo de cansaço crônico e irritabilidade, prejudicando ainda mais o bem-estar emocional.