Psicóloga Elaine Montalvão

Psicóloga Elaine Montalvão Psicóloga Elaine Montalvão
CRP 08/22443

Este espaço foi criado com a finalidade de apresentar o meu trabalho como psicóloga, bem como refletir, dividir e compartilhar experiencias, vivencias e conhecimentos inerentes a psicologia a partir da clínica.

19/02/2023

O QUE TE SUSTENTA? - Por Psicóloga Elaine Montalvão - "Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro”. Clarice Lispector - A palavra defeito etimologicamente deriva do latim que significa “ deixar de fazer”. Em termos psicanalíticos, podemos pensar como o sintoma do sujeito.O sintoma é o trabalho de todo sujeito para dar conta do Real. Assim, “não deve ser dissociado do sujeito, algo que deve ser modificado, mas não arrancado do sujeito, por ser fundamental em sua estrutura” (Ocariz). Os sintomas são tentativas de tratar o Real, ajudar o sujeito a encontrar uma nova forma de lidar com seu sintoma, com aquilo que o constitui. No seminário 23 há uma passagem teórica da linguística para a topologia na grafia do sintoma para sinthoma, que serve para mostrar que não é mórbido. Aqui ele se torna mais um numa série: simbólico, real e imaginário, sendo o sinthoma o que vai amarrar os três. Um processo de análise permite o sujeito chegar ao sinthoma, ao se haver com a falta no Outro e ter passado pelo sintoma mórbido, pela queixa, para se dar conta de sua implicação, de como o sinthoma que porta lhe é caro.O final de uma análise consiste em um “saber fazer o “sinthoma” os restos , precisamente algo que não se inscreve e o simbólico não alcança, onde as palavras não são suficientes.

19/02/2023

VOCÊ PAGA COM SUA PESSOA PELA PROFISSÃO QUE EXERCE? - Por Psicóloga Elaine Montalvão e Pedro Tavares III -
Existem algumas Profissões( Atores, Advogados, Médicos, alguns Psicanalistas que seguem a Técnica de Jacques Lacan) que, para serem exercidas, dependem do Profissional deixar Vazio o lugar de sua Pessoa ( seu julgamento moral, seus valores Éticos, suas preferencias pessoais, suas inclinações Políticas e/ou Religiosas). No Caso da Psicanálise, o analista paga pela sessão – paga com palavras; – com sua pessoa, que empresta como suporte aos fenômenos singulares que a análise descobriu na transferência; – com o que há de essencial em seu juízo mais íntimo, para intervir numa ação que vai ao cerne do ser. A presença do analista é a própria manifestação do inconsciente. Não somente uma presença física, mas na sua operação diante das formações do inconsciente de quem se propõe a escutar. É necessário sustentar a posição de analista enquanto presença de modo a se assegurar a escrita do sujeito do inconsciente. Vale ressaltar que o analista não é neutro em seu ato, ao contrário, a prática analítica e a direção do tratamento implicam no impossível da neutralidade. Em Lacan, a noção de neutralidade do analista é levada ao extremo ao afirmar que sua posição deve ser a de objeto a, resto, ou seja, o analista deve apresentar um apagamento absoluto de sua subjetividade, aquilo que aparece em seu corpo, presença mais ou menos discreta, como o olhar, a voz, o aperto de mão, corpo que se interpõe e evoca, para cada analisante, algo do parceiro-sintoma, ressoando em seu corpo, mas não sem levar em conta a ideia de tática e de estilo, ou seja, o que não se pode ser neutro deve ser usado em favor da análise.

16/02/2023

O OLHAR E OS CIBER ESPAÇOS - Por Psicóloga Elaine Montalvão - A todo momento somos capturados pelo olhar do Outro. Nos expomos continuamente no ciberespaços, através das imagens, autorretratos, compartilhamentos de publicações e exibição de pensamentos. Buscamos nos ver no Outro, como num espelho que reflete o nosso Eu ideal, um Eu completo, preenchido, sem faltas. E as respostas através de curtidas, comentários se configuram como aprovação e fortalecimento para a construção das fantasias deste "Eu". Mas ao utilizarmos os ciberespaços como um jogo de espelhos, sempre deixamos algo fora de cena, ao nos colocarmos enquanto objeto do olhar do Outro, velamos quem somos...Assim como o bebê que ao nascer se posiciona diante do Outro narcisicamente, da mesma forma ficamos facinados ao ver- nos refletidos neste espelho...cremos que somos capazes de sermos os photoshoper de nossas próprias vidas, editando e filtrando o mundo de acordo com a imagem que desejamos sermos vistos. Mas nada disso é capaz dizer sobre nós, nem é capaz de nos preencher... E então rolamos a tela, nos atualizamos novamente e de novo, e de novo.... Os ciberespaços estão refletindo em nossa vida, em nossa realidade, onde e a nossa imagem, o nosso Eu tem se apagado na medida em que rolamos a tela da vida.

16/02/2023

O AMOR PODE SOBREVIVER AO TEMPO? - Por Psicóloga Elaine Montalvão
"Não posso mais ouvir em silêncio. Preciso falar-lhe, do modo que estiver alcance."
"Você dilacera minha alma. Sou metade agonia, metade esperança. Não me diga que é tarde demais, que aqueles preciosos sentimentos se foram para sempre[...]" Trecho da carta de Frederick para Anne. No livro Persuasão de Jane Austen, escrito em 1816, vemos que o desfecho amoroso entre Anne e Frederick, pouco cabe na nossa realidade. São poucos os que amam verdadeiramente. Falar de amor na contemporâneidade é um desafio. Há muito, busca -se compreender, explicar capturar a essência do amor em sua plenitude. O amor se manifesta sempre de modo singular, pois depende da forma com que cada um apreendeu o amor. O amor na contemporaneidade está cada vez mais fragmentado. As novas formas de constituição dos laços, são atravessados pelo hiperativo sócio cultural, pela aceleração do tempo, pelas infinitas possibilidades de fazer e desfazer cada vez mais e mais laços. Diante das possibilidades, as escolhas se perdem, e a solidez dos afetos se desfaz. Num tempo em que nada é feito pra durar, em que o que o imediatismo, o amor próprio e a individualidade é valorizado, o enlace amoroso perde lugar. Para que o amor perdure é preciso sustentar a quebra dos ideais, as diferenças e as vezes abrir mão de si mesmo. É preciso saber que ninguém ama sozinho, o laço se constrói na relação com o outro, amamos porque somos amados.
"Amar é essencialmente querer amar".

11/02/2023

VOCÊ NÃO ALIVIA SUA DOR - VOCÊ A SUPERA - Por Psicóloga Elaine Montalvão - " Você não alivia a sua dor; você a supera. "Clarke - "The 100". Clarke nos ensina que a nossa dor é uma parte fundamental de quem somos. Não há cura para a dor, pois a dor assim como nossas vivências, são parte constituinte do eu. Tentar curar a dor é tentar curar - se de si mesmo. O luto é uma possibilidade de elaborar as perda, de enfrentar a dor, mas não de curá-la. Para Freud " a dor é a reação à perda real do objeto..." E é assim que ele insere o outro, enquanto presença ou ausência na origem da dor. Com relação a isso Pontalis nos diz: "Irremediavelmente perdido, mas sempre mantido, o objeto não poderia ser reencontrado pela via da representação, que torna presente um outro, a um só tempo mesmo e diferente. Lá onde há dor, é o objeto ausente, perdido, que está presente; o objeto presente, atual, que está ausente. De repente a dor da separação parece secundária em comparação com uma dor nua, absoluta."

11/02/2023

DIALOGAR É UM LUXO? - Psicóloga Elaine Montalvão nos Convoca a Refletir sobre as Relações Liquidas a partir de um Trecho do Pensador Zygmunt Bauman. " As relações escorrem entre os dedos" Antigamente não tínhamos tantos recursos para evitar lidar com conflitos, mas haviam diálogos. Palavras podem salvar mas também destruir se forem mal interpretadas. Atualmente diante tantas possibilidades de comunicação, vivemos um grande paradoxo, dialogar é um luxo. Ficamos limitados a falar e escutar, ser escutado. Sobram mal- entendidos e falta possibilidades de criar conversas. A solução de conflitos atravessa os mais variados recursos, porém limita o sujeito a enfrentá-lo, a criar recursos próprios pra lidar com uma situação problema e a verdade se perde assim como os laços frágeis que a atualidade somente nos permite criar. Perdemos pessoas que amamos por equívocos da palavra, na liquidez das relações e dos afetos.

07/02/2023

AMAR É COMO ESCREVER UMA MÚSICA - Por Psicóloga Elaine Montalvão - "Amar é como escrever uma música. Cada detalhe é o que faz ser única. A letra, o acorde, o tempo, o compasso desenhado minuciosamente para tocar cada um igualmente de forma única e singular. Não podemos substituir um amor por outro, seria como tentar modificar uma música, seria como tentar reescreve-la. Se você toca em outro tom, por mais que você force a voz para alcançá-lo, você nunca vai conseguir cantar a mesma canção. Não será mais a mesma. É como duas mãos que mesmo estando muito próximas, não se tocam. Da mesma forma, o amor é único e singular. Podemos até mudar de faixa, mas sempre irá tocar a mesma canção. Somente o amor nos mantém na Mesma Sintonia. "

07/02/2023

Por - Psicóloga Elaine Montalvão - INFINITAS FORMAS DE DIZER O AMOR - O amor é (po)ético assim como a arte, a música a escrita... O amor desliza nas entre (linhas) na medida em que se pode dizer o indizível...escrever e reescrever o amor... Na medida em que pode-se mudar o imutável na realidade inalterada. O amor não é regido por leis, ou mandamentos. Não se aliena a existência e as suas condições. O amor é ético, e a ética do amor é o desejo, nos diz Lacan. Nas suas mais variadas formas de expressão, o amor é a representação, a expressão mais autêntica do sujeito e seu desejo. Há sempre um dizer...Infinitas formas de dizer...Que sustenta o amor.

07/02/2023

A ARTE E O LUTO - - "O que é o luto, se não o amor que perdura? Diante da perda, se faz necessário recriar arranjos, fazer novas escolhas amorosas, sem perder dentro de nós aquele que se foi. A arte permite o sujeito elaborar a perda substituindo o que se perdeu. Um livro, uma peça, um filme, uma música funcionam como porta-vozes de sentimentos e servem como auxílio para equacionar a dor, a encontrar um sentido pra seguir vivendo. O luto é uma jornada complexa, difícil e singular. Pois perdemos algo de nós mesmos quando perdemos aquele que amamos. No trecho do livro "O avesso da pele ou autor nos diz:
" É preciso arrancar a tua ausência do meu corpo e transformá-la em vida..." - "para me curar da falta daquilo que você (o outro), repentinamente deixou de ser" A arte é uma tentativa de digerir a irreversibilidade da perda, tornar o insuportável, suportável, cruzar os limites do possível e superar o niilismo da vida.

07/02/2023

AMAR, ESCREVER, VIVER - nos Presenteia com um Singelo Texto sobre o " Amar":
"Amar é uma escrita viva que nunca termina, não há ponto final nem virgula, composta por letras lisas, desaquietando buscando o equilíbrio frágil e instável. Errar, recomeçar, aparar arestas, enfrentar tornados até a pronúncia intrépida e tremula do verbo dizendo-se o que é amar."

07/02/2023

Montalvão é a mais nova integrante do Grupo de Contemporaneidades - Psicanalista que faz um trabalho muito legal sobre o Amor no Contemporâneo - Vamos ao texto dela e sua primeira Postagem! "Ouça com o coração quando quase lhe parecer silêncio: é o meu amor falando baixinho só pra não acordar o seu medo de amar." Ana Jacomo - Freud escreve que toda cura, é uma cura pelo amor. Somente o amor puro e verdadeiro é capaz de curar. O amor é o enlace, a ponte que une dois mundos, que dissolve as impossibilidades. A condição do amor é o desejo. E a condição para a vida é o amor. O desejo surge como efeito da falta, uma falta insuperável que é a marca da incompletude que se funda, na perda do objeto amado. Enquanto que o amor é o que nos permite atravessar a vida para além dos seus limites. O amor sente e ressente. Não saímos ilesos do amor, é preciso sentir suas dores para sermos lapidados nele. Nas linhas do amor nos re (escrevemos), nas mesmas linhas que nos unem ao objeto amado. O amor clama, chama. Diante da falta que o desejo faz no amor, é o que o torna vivo e desejante, torna o amado amante, faz o milagre do amor. "O amor quer o Um, mas não qualquer um."( Jorge Sesarino)

07/02/2023

Muito bem! Contemporaneidades passa a contar com uma Psicanalista muito bacana em seu Grupo. Ela está Elaborando algumas Postagens falando sobre o Amor no Contemporâneo. Assim que estiverem prontas, faremos a Divulgação dos Textos e do nome de nossa mais Nova Parceira!

Endereço

Rua República Argentina, 1228/21 Andar, Sala 2107/Água Verde/Curitiba
Curitiba, PR
80620010

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