21/03/2021
Comentei há umas semanas com vocês sobre como o BBB e a forma que ele é conduzido (a decoração, as provas, a dinâmica) tem como objetivo despertar o lado vulnerável do ser humano e quem esse ele se torna quando colocado pra competir.
E já é de se esperar que naturalmente podem aparecer lados não tão compassivos assim de cada integrante, pois no desenrolar do jogo as outras partes que existem dentro da gente vão aparecendo. Mas o que aconteceu nessa edição foi diferente, o próprio Projota admitiu ao sair, que o grupo foi formado por “pessoas excêntricas que queriam fazer acontecer”. O que significa isso? A gente cria laço e forma grupos com pessoas que a gente possui mais afinidade e que as características de cada integrante do grupo alimentam algo dentro nós.
E a forma que esse grupão se desenvolveu no jogo faz lembrar algumas dinâmicas que ocorrem em famílias disfuncionais: (1) imprevisibilidade, um (ou mais) dos membros pode explodir a qualquer momento um medo eminente da instabilidade no ambiente. (2) Manipulação e distorção da realidade e das pessoas. (3) Triangulações, envolver terceiros em brigas para criar alianças. (4) Agressões psicológicas como linguagem depreciativa, ameaças, tratamento de silêncio. (5) Perseguição àqueles que não se encaixam no grupo. (6) alguns membros se sentem inseguros, sem suporte.
Mas tem uma outra característica em especial que chama a atenção, que é comum em todas as alianças altamente disfuncionais: (7) o pacto do silêncio. A maioria de nós enquanto assistia se perguntava: “porque ninguém intervém?”, os membros do grupo sabiam que o que um dos membros fazia era maldade, que alguém estava desumanizando outro ser humano, mas não se falava sobre.
Somente quando eles foram retirados do ambiente, é que tanto quem saiu, quanto quem ficou, começa a se tocar “ahh por isso que Lucas descompensou”. Individualmente talvez os membros não trariam à tona essas características, no grupo em si elas se potencializaram.
E ai? você já foi em algum momento peça de uma dinâmica altamente disfuncional?