05/03/2020
Recentemente, um assunto vem ganhando espaço nas discussões sobre alimentação infantil: os compostos lácteos. Já ouviu falar? São misturas em pó de leites e/ou derivados, acrescidos de outras substâncias não lácteas, como vitaminas e minerais. Eles são liberados apenas para crianças acima de 1 ano de idade, quando a criança já deve estar comendo quase todo tipo de alimento.
Existem prós e contras para o uso dos compostos lácteos, o que vem dividindo profissionais da área da saúde. Por um lado, crianças que recebem uma alimentação adequada e variada podem não se beneficiar do seu uso, já que vitaminas e minerais serão obtidas a partir dos próprios alimentos. Já para aqueles bebês que apresentam uma alimentação muito seletiva, principalmente com baixa ingesta de fontes de proteína e gordura, essa pode ser uma opção interessante. Além disso, eles são feitos com uma menor carga de proteína, o que facilita sua digestão e pode ajudar a prevenir obesidade e outras doenças crônicas no futuro.
E por que não dar direto o leite de vaca? A Academia Americana de Pediatria libera o uso do leite de vaca a partir de 1 ano de idade, mas a Sociedade Brasileira de Pediatria apenas após os 2 anos. No Brasil, a introdução mais precoce do leite de vaca se associa à uma maior incidência de anemia por falta de ferro.
Resumindo, devemos apenas evitar o radicalismo para ambos os lados! O composto lácteo é indicado e necessário para todas as crianças? Não! Mas, por isso, ele é um vilão e deve ser evitado sempre? Também não! Para esclarecer todas as suas dúvidas, converse com o pediatra de sua confiança. Ele saberá individualizar o caso do seu filho.