06/08/2021
"O Paraquedismo entrou na minha vida em meio à algumas turbulências. Estava apresentando sinais de que minha depressão estava ali, batendo a porta querendo entrar, mas não a deixei entrar e fui atrás de um sonho antigo meu, da época de infância ainda, o sonho de voar.
Primeiro voei de asa delta aos 18 anos como presente dos meus tios por entrar na faculdade de medicina, mas a parte que mais gostei não foi voar de asa delta, e sim aquele frio na barriga antes de começar a pegar a resistência do ar e voar.
Desde esse dia eu decidi que queria mais adrenalina. O tempo passou, foquei nos estudos, seis anos de faculdade para poder me formar e decidir voar e experimentar algumas coisas de voo. O primeiro foi um voo panorâmico de helicóptero, toda amarrada aos santos e eu louca para olhar pra baixo e sentir o vento.
Logo em seguida surgiu a oportunidade de conhecer o paraquedismo, com um salto duplo (salto grudada com o instrutor) e foi ali que eu me identifiquei. Queria aprender mais. Achava que era difícil demais, achava que só militares voavam, mas não. Podia ser para mim também.
Fui instruída de como seria o curso e qual verba inicial deveria ter. Passei um ano trabalhando como maluca, pegando vários plantões extras e um ano depois comecei o meu curso. Me formei em 15 dias e em 15 dias eu estava completamente livre no ar, com o vento na cara, com a sensação de liberdade, com a vista incrível da cidade e da natureza lá de cima, com a vista do por do sol e apenas com um pensamento: estou livre!
Logo em seguida comecei a saltar varias vezes em um fim de semana para aperfeiçoamento de técnicas e aprender cada vez mais coisas diferentes e me apaixonei pelo esporte.
Entro no hospital de jaleco, opero pacientes e saio, tiro todo o uniforme e já coloco meu paraquedas nas costas em busca de locais de salto.
Nós, médicos, temos vida fora do hospital e hoje em dia eu não consigo separar quem é a Dra Vanessa e quem é a Vanessa Paraquedista. Juntei em um único nome que me define, a Dra Adrenalina."