Psicólogo Rogério Maia

Psicólogo Rogério Maia Psicólogo I Sexólogo

Quando a sexualidade é tratada como um teste de desempenho, a ansiedade inevitavelmente toma o lugar do desejo. Essa cob...
16/09/2025

Quando a sexualidade é tratada como um teste de desempenho, a ansiedade inevitavelmente toma o lugar do desejo. Essa cobrança pode vir de fora, mas muitas vezes nasce dentro do próprio indivíduo: uma voz silenciosa que exige estar sempre pronto, corresponder plenamente e nunca falhar.

Vivemos em uma sociedade que exige, sobretudo dos homens, uma performance sexual inabalável. A lógica da masculinidade tóxica associa virilidade à capacidade de “dar conta” sempre, reduzindo o s**o a uma prova de potência.

Essa cultura limita não apenas a relação dos homens com o próprio corpo e desejo, mas também impacta suas parcerias, que muitas vezes reforçam expectativas de performance a partir de papéis de gênero.

O s**o, nesse cenário, deixa de ser espaço de encontro e liberdade, e se transforma em território de desempenho, onde o valor da experiência é medido por resultados e não pela conexão genuína.

É importante lembrar que essa cobrança não é natural ao desejo humano. Ela nasce de exigências sociais e pessoais que se infiltram na intimidade, transformando a sexualidade em pressão, em vez de prazer. O corpo entra em estado de alerta, a mente se ocupa em avaliar cada gesto, e a espontaneidade se perde.

Esse círculo afeta não só a experiência individual, mas também a qualidade do vínculo: quanto maior a pressão, maior a ansiedade; quanto maior a ansiedade, menor a entrega. O distanciamento cresce e a conexão enfraquece.

Sexualidade não é sobre desempenho, e sim sobre presença, conexão e expressão. Quando tentamos corresponder a padrões idealizados, perdemos a espontaneidade do encontro e, com o tempo, isso pode até apagar o desejo.

🔺 Refletir sobre isso abre caminho para um movimento transformador: em vez de medir resultados, cultivar experiências; em vez de focar no controle, abrir espaço para o sentir. Essa mudança de perspectiva reduz a ansiedade e fortalece a intimidade, devolvendo liberdade ao encontro.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

Muitas meninas que fogem do padrão esperado de feminilidade, seja no jeito de se vestir, se comportar ou se relacionar, ...
29/08/2025

Muitas meninas que fogem do padrão esperado de feminilidade, seja no jeito de se vestir, se comportar ou se relacionar, crescem enfrentando não apenas o bullying escolar, mas também uma série de pequenas violências diárias. São piadas que ridicularizam, perguntas invasivas que expõem, invalidações que silenciam. Muitas vezes, antes mesmo de compreenderem sua orientação sexual, já sentem na pele a lesbofobia e o peso de não caberem no molde imposto, uma realidade que marca, intimida e molda suas primeiras descobertas sobre si mesmas.

A isso se somam estigmas persistentes, que tentam reduzir a multiplicidade de identidades e formas de expressão a rótulos simplistas, além da hipersexualização dos casais de mulheres, vistos não a partir de seus afetos, mas como objetos do olhar masculino. Esses enquadramentos distorcidos reforçam a violência simbólica e tornam ainda mais difícil o reconhecimento de relações lésbicas como legítimas e dignas de respeito.

Essas experiências deixam marcas profundas na autoestima, na relação com o corpo e na capacidade de confiar em si mesmas. O medo de não serem aceitas, somado à pressão de se enquadrarem em padrões que não refletem suas verdades, pode acompanhá-las por toda a vida adulta.

No Dia Nacional da Visibilidade Lé***ca, somos convidados a romper com o silêncio que ainda marca tantas vidas. É momento de valorizar as narrativas de afeto e cuidado entre mulheres, histórias que desafiam a violência, o estigma e a fetichização, e que afirmam que viver plenamente sua identidade é um gesto de dignidade e de beleza.

🔸 Toda mulher merece viver em um ambiente que não a reduza a estereótipos, que não a silencie e que lhe permita descobrir, sem medo, que existem muitas formas de existir, viver e amar.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

Hoje, no Dia do Psicólogo, celebro não apenas a profissão que escolhi, mas também o chamado que me atravessa todos os di...
27/08/2025

Hoje, no Dia do Psicólogo, celebro não apenas a profissão que escolhi, mas também o chamado que me atravessa todos os dias. Ser psicólogo não é apenas escutar, acolher ou intervir; é estar disponível para caminhar junto em territórios de dor, transformação e esperança. É uma escolha que exige coragem, humanidade e constante compromisso com o cuidado.

Sinto-me realizado por ter encontrado nesse caminho não só uma profissão, mas um lugar de sentido e pertencimento.

Parabenizo, com respeito e admiração, todos os colegas que seguem sustentando espaços de escuta, reflexão e crescimento. Que possamos continuar a transformar vidas enquanto também somos transformados por elas.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

Paixão é incêndio. Surge intensa, avassaladora, e muitas vezes nos pega de surpresa. É feita de química, de impulso, de ...
15/08/2025

Paixão é incêndio. Surge intensa, avassaladora, e muitas vezes nos pega de surpresa. É feita de química, de impulso, de um querer que parece urgente. Na paixão, o outro é visto como um mistério irresistível; projetamos nele sonhos, fantasias e desejos que talvez nem sejam dele, mas nossos. É um estado alterado de consciência. O mundo se estreita para caber naquela pessoa, naquele toque, naquele olhar.

O amor, por sua vez, é a arquitetura que se constrói depois que o fogo inicial acalma. Ele não é menos intenso, mas é menos ansioso. Enquanto a paixão é o impulso, o amor é a escolha. É nele que reconhecemos o outro como ele é, com luzes e sombras, e ainda assim decidimos ficar. O amor não depende apenas da química, mas da constância: é o que permanece quando as borboletas se aquietam, e o que cresce quando a realidade se apresenta sem filtros.

O s**o na paixão costuma ser urgente, voraz, como se o corpo quisesse devorar o outro antes que o encanto acabe. Já o s**o no amor é diferente: não perde o desejo, mas ganha camadas, é mais demorado, consciente, cúmplice. No amor, o toque não é apenas para excitar, é também para comunicar, para reconhecer e reafirmar o vínculo. Paixão e amor oferecem experiências se***is distintas, mas igualmente poderosas; o desafio e o privilégio é aprender a manter a intensidade da paixão dentro da profundidade do amor.

🫀A paixão é o primeiro verso de uma música; o amor é a melodia inteira. A paixão aquece; o amor sustenta. E talvez o verdadeiro encontro esteja em compreender que o que nos move não é escolher entre um ou outro, mas aprender a dançar com os dois, permitindo que o fogo da paixão continue iluminando o caminho seguro do amor.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

**o

Quando uma perda ou um trauma atravessa uma relação, seja uma morte, uma perda gestacional, um diagnóstico difícil ou um...
04/08/2025

Quando uma perda ou um trauma atravessa uma relação, seja uma morte, uma perda gestacional, um diagnóstico difícil ou uma mudança abrupta, cada pessoa sente e elabora a dor à sua maneira. E é justamente aí, nas diferenças entre essas vivências, que podem surgir desencontros.

Algumas pessoas se conectam mais diretamente com o sentir: choram, falam sobre a perda, precisam de tempo. Outras reagem com ação: voltam à rotina, resolvem questões práticas, tentam seguir. E há também quem se sinta mal por não estar sofrendo “o suficiente”. Às vezes, essa culpa vira julgamento, afastamento ou cobrança emocional: “Você não está sentindo como eu esperava.”

O luto atravessa o corpo como uma onda silenciosa que desorganiza sentidos, ritmos e afetos. O desejo, diante da perda, pode se retrair por completo ou, ao contrário, emergir com força inesperada. Para algumas pessoas, o s**o se torna um lugar de co***lo, uma tentativa de recriar intimidade, anestesiar a dor ou reafirmar que ainda estão vivas. Para outras, o luto provoca afastamento, desconexão do próprio corpo, um esvaziamento do impulso erótico. Não há um caminho único, o luto reinventa o desejo em cada corpo, de forma íntima, imprevisível e muitas vezes contraditória.

Nenhuma forma está certa ou errada. O essencial é reconhecer que estilos diversos de elaborar a dor podem coexistir e sim, às vezes, se chocar.

O luto exige tempo, presença e escuta. Cada pessoa vai ter o seu ritmo e é preciso espaço para que cada um possa existir e elaborar, sem que uma dor precise ser silenciada para não incomodar a outra. Nem sempre é possível atravessar esse caminho sozinho, e tudo bem. Buscar ajuda profissional não é sinal de fracasso, mas de autocuidado.

🔹 Quando existe afeto, respeito e disposição para o encontro, é possível transformar a dor em aprendizado, e até mesmo em um vínculo ainda mais profundo.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

A pornografia, por mais acessível e comum que seja, não é neutra. Ela influencia desejos, expectativas e padrões de inti...
04/07/2025

A pornografia, por mais acessível e comum que seja, não é neutra. Ela influencia desejos, expectativas e padrões de intimidade, muitas vezes de forma sutil e silenciosa. Para algumas pessoas, funciona como estímulo, fantasia ou complemento. Para outras, pode se tornar fonte de conflito, frustração e isolamento.

Quando o consumo se torna compulsivo ou passa a ser a principal fonte de prazer, o corpo e a mente começam a responder de maneira defensiva e distorcida. O desejo real é ofuscado por padrões idealizados, a realidade passa a parecer desinteressante e insuficiente, o toque perde valor e a presença do outro pode se tornar incômoda. A fantasia ganha força, enquanto a intimidade concreta enfraquece.

Nem tudo que excita, conecta. Conexão exige presença, escuta e disponibilidade genuína. Quando o desejo é alimentado quase exclusivamente por imagens, roteiros e fantasias prontas, a intimidade compartilhada tende a se tornar mecânica, distante ou apenas uma obrigação. O outro deixa de ser parceiro de troca e se transforma em parte de um cenário que já não corresponde às expectativas.

Falar sobre pornografia é, antes de tudo, falar sobre desejo, afeto, autonomia, vulnerabilidade e escolha.
Não se trata de demonizar, mas de compreender o espaço que ela ocupa na vida afetiva e sexual. E, principalmente, de reconhecer o que está sendo deixado de lado por causa disso.

Quando o prazer é terceirizado, o corpo adormece. Quando a fantasia ocupa todo o espaço, o vínculo se enfraquece. A pornografia, quando se torna refúgio constante, molda o desejo, empobrece a experiência, rouba presença, afasta e, muitas vezes, nos desconecta de nós mesmos. O desafio não é eliminá-la, mas resgatar o que ela pode estar silenciando: a potência dos encontros reais, imperfeitos e vivos.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

**ologo

O orgulho LGBTQIAPN+ nasce da história de resistência contra séculos de apagamento, exclusão e violência. Desde que as i...
28/06/2025

O orgulho LGBTQIAPN+ nasce da história de resistência contra séculos de apagamento, exclusão e violência. Desde que as identidades que fogem da norma social foram criminalizadas, perseguidas e silenciadas, o movimento de afirmação das diversidades se***is e de gênero vem resistindo para conquistar reconhecimento, direitos e dignidade.

Em um mundo onde ainda há discursos de ódio, discriminação institucional e violência direcionada, o orgulho é uma resposta necessária. Ele representa a visibilidade que insiste em existir apesar das tentativas de invisibilização, a coragem de afirmar uma identidade que muitas vezes foi negada, e a recusa em aceitar qualquer forma de exclusão.

Mais do que uma celebração, o orgulho é um ato político que desafia sistemas e normas que tentam controlar corpos, afetos e expressões. É a afirmação de que diversidade é riqueza e que direitos humanos não são negociáveis.

No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, o convite é refletir:

🏳️‍🌈 O que faz uma sociedade escolher o controle, a violência e o silenciamento, quando poderia escolher o respeito e a celebração da diversidade?

🏳️‍🌈 Quantas vezes a história precisa ser reescrita até que o amor e a diversidade sejam reconhecidos como legítimos?

🏳️‍⚧️ Até quando será necessário resistir para simplesmente existir com dignidade?

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

A forma como nos sentimos no próprio corpo não nasce do acaso. Desde cedo, olhares, críticas e comparações moldam uma na...
26/06/2025

A forma como nos sentimos no próprio corpo não nasce do acaso. Desde cedo, olhares, críticas e comparações moldam uma narrativa interna sobre quem somos e sobre nosso valor. Família, escola, cultura e mídia reforçam padrões que impactam nossa autoimagem, nosso desejo e até nosso direito de existir com liberdade.

Toda vez que ouvimos que não somos bons o suficiente ou que há um “jeito certo” de ser e de ter um corpo, essas mensagens acabam virando crenças. Essas crenças operam de forma silenciosa, afetando autoestima, relacionamentos e, sobretudo, a expressão da nossa sexualidade.

A vergonha que tantas pessoas sentem do próprio corpo não é natural, é aprendida. E, uma vez internalizada, gera insegurança, medo da rejeição, dificuldade de se entregar, de sentir prazer e de se deixar ser visto e desejado.

Esse ciclo não se desfaz sozinho. Ele se mantém até que surja a consciência de que é possível pausar, refletir e, pouco a pouco, reconstruir a relação consigo. E essa virada começa quando você se permite questionar suas próprias crenças e se perguntar:

• Quem (o que) me fez acreditar que meu corpo não é bom o suficiente?

• Que histórias me contaram que fizeram eu duvidar do meu valor?

• Que nova história eu quero escrever sobre mim?

O corpo perfeito não existe. Existe o corpo possível, real e digno, aquele no qual você pode habitar com leveza, liberdade e prazer.

🔹 Se esse tema te atravessa, saiba: você não nasceu acreditando que havia algo errado em você, alguém te ensinou isso. E aquilo que foi aprendido pode, sim, ser ressignificado.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

Quando celebramos as diferenças, nos fortalecemos; evoluímos, aprendemos e nos desenvolvemos tanto como indivíduos quant...
21/06/2025

Quando celebramos as diferenças, nos fortalecemos; evoluímos, aprendemos e nos desenvolvemos tanto como indivíduos quanto como seres humanos. Respeitar e celebrar a diversidade é uma expressão profunda de reconhecimento da beleza de vivermos em um mundo heterogêneo.

A diversidade é uma riqueza inestimável, um mosaico de culturas, crenças, experiências e identidades que, quando valorizadas, ampliam nossa perspectiva e nos conectam de maneiras significativas. Cada diferença, seja ela de origem étnica, orientação sexual, identidade de gênero, religião ou qualquer outra característica, contribui para a complexidade e a profundidade da experiência humana.

Quando falamos de diversidade sexual e afetiva, estamos falando sobre a liberdade de amar, desejar e existir de forma autêntica, rompendo com padrões normativos que muitas vezes limitam e excluem. Junho, Mês do Orgulho LGBT+, nos convida a reconhecer essas histórias, celebrar as conquistas e reforçar o compromisso com o respeito e a inclusão.

Respeitar a diversidade é, antes de tudo, um ato de empatia. É reconhecer que cada pessoa tem um valor intrínseco e merece ser tratada com dignidade e respeito. Celebrar essa diversidade vai além da tolerância; é uma afirmação ativa de que a diferença é algo para ser apreciado e comemorado.

Quando nos abrimos para aprender com aqueles que são diferentes de nós, quebramos barreiras e construímos pontes. Esse processo nos ensina sobre resiliência, coragem e a infinita variedade de maneiras de viver e amar. E, ao fazê-lo, crescemos como seres humanos, mais compreensivos e mais conectados uns aos outros.

Quando respeitamos e celebramos a diversidade, não só honramos o amor em todas as suas formas, mas também reconhecemos a beleza de nossa existência compartilhada em um mundo diverso e vibrante. É um caminho para a paz, harmonia e enriquecimento mútuo, permitindo que todos floresçam em sua autenticidade plena.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

O Dia dos Namorados costuma ser apresentado como uma data de celebração, amor e conexão. Mas, para muita gente, ele tamb...
12/06/2025

O Dia dos Namorados costuma ser apresentado como uma data de celebração, amor e conexão. Mas, para muita gente, ele também escancara ausências, silêncios e feridas.

Pode ser um dia difícil para quem está sozinho não por escolha. Para quem terminou há pouco tempo. Para quem está em um relacionamento e mesmo assim se sente só. Para quem vive uma crise, um afastamento ou tenta sustentar algo que já não encontra sentido. Ou ainda para quem nunca se viu representado na forma idealizada como o amor é vendido.

A pressão por estar bem, por ter alguém, por amar de forma “certa”, pode transformar o que deveria ser uma celebração em um gatilho de comparação, vergonha ou inadequação. Nem sempre o amor acontece como nos ensinaram e isso não significa fracasso.

Às vezes, amar também é escolher a si. É sair de relações que machucam. É rever acordos, redescobrir limites, reconstruir o próprio desejo. Amar, muitas vezes, é desaprender o que nos disseram e abrir espaço para o que sentimos de verdade.

Se essa data te pesa, talvez o convite não seja o de comemorar, mas o de se acolher. Escutar seu corpo, seus afetos, suas necessidades. E, se fizer sentido, buscar um espaço de cuidado onde você possa elaborar tudo isso com menos julgamento e mais presença.

Nem todo amor precisa ser celebrado com flores. Às vezes, o gesto mais amoroso é simplesmente se permitir sentir, com verdade e com respeito por quem você é.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

Sentir culpa pelo que se deseja não é natural. É aprendido.⠀Ao longo da vida, somos atravessados por discursos que dizem...
22/05/2025

Sentir culpa pelo que se deseja não é natural.
É aprendido.

Ao longo da vida, somos atravessados por discursos que dizem o que é aceitável sentir, como o corpo deve se comportar, quem pode ou não acessar o prazer. Para muitas pessoas, especialmente mulheres e pessoas LGBTQIAPN+, isso significa crescer sob a vigilância constante de normas que reprimem, silenciam e punem.

A cultura patriarcal, os discursos religiosos normativos e os sistemas de controle social construíram a ideia de que certos prazeres são sujos, certos corpos são errados, certos amores devem ser escondidos.

E isso não passa ileso por quem vive. A culpa é internalizada. Mesmo quem rompe com essas normas pode carregar o peso de se sentir inadequado, indevido, pecaminoso.

A intimidade, nesse contexto, deixa de ser encontro e se torna conflito.

Mas essa culpa não se constrói só no coletivo: ela também pode nascer de experiências muito pessoais. Abusos na infância, traumas emocionais, ausência de educação sexual, falta de acesso ao próprio corpo e desejos. Tudo isso pode fazer com que a sexualidade seja vivida com medo, vergonha ou desconexão.

Quando não aprendemos a nomear o que sentimos, a reconhecer o que desejamos, a tocar o próprio corpo com curiosidade e respeito, abrimos espaço para que o julgamento ocupe esse lugar.

Por isso, o autoconhecimento é um gesto de liberdade.
Educação sexual é ferramenta de cura.
Terapia é território de reapropriação.

Desfazer a culpa exige coragem, mas também cuidado. É um processo que começa ao olhar com mais ternura para o que nos ensinaram a esconder e reconhecer que não é errado sentir.

É humano. É possível. E pode ser leve.

Intimidade não precisa doer.
Ela pode ser construída com presença, escuta e liberdade.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
CRP-08/31126

A não-monogamia tem ganhado cada vez mais visibilidade no Brasil, e isso reflete mudanças importantes nas formas de nos ...
16/05/2025

A não-monogamia tem ganhado cada vez mais visibilidade no Brasil, e isso reflete mudanças importantes nas formas de nos relacionarmos. Mas é essencial entender do que estamos falando - e com base em dados confiáveis.

Relacionamentos abertos são uma das formas de não-monogamia, em que os parceiros mantêm um vínculo principal, mas permitem envolvimentos com outras pessoas de maneira consentida e acordada, sem que isso seja considerado traição.

Já a não-monogamia é um termo bem mais amplo, que abrange diferentes arranjos, como swing, poliamor, anarquia relacional e outros modelos que valorizam a liberdade, a ética e a comunicação.

Um estudo recente desenvolvido por pesquisadores da Dive Marketing, encomendado pela Gleeden, empresa responsável pelo aplicativo de paquera de mesmo nome, trouxe dados relevantes sobre a percepção da não-monogamia no Brasil.

A pesquisa revelou que cinco em cada dez entrevistados afirmam ter vivido alguma experiência não monogâmica. Para definir isso, foram consideradas: relações abertas (29%), infidelidade (28%), polifidelidade (26%), ménage (25%), poliamor (20%), poligamia (17%) e swing (14%).

A pesquisa também revelou que 42% dos entrevistados percebem a não-monogamia de forma positiva. Ainda assim, persistem desafios importantes: 54% relatam conflitos com crenças pessoais ou éticas, e 41% apontam dificuldades em estabelecer limites claros e relações pautadas no respeito mútuo.

Esses dados reforçam que, embora a não-monogamia esteja ganhando visibilidade e adesão, ela não se isenta de complexidades, exige trabalho emocional, maturidade relacional e abertura ao diálogo constante.

Não há um único jeito certo de amar. O essencial é que as escolhas afetivas sejam feitas com consciência, liberdade e respeito mútuo. A não-monogamia não é falta de compromisso, mas uma forma diferente de se comprometer: com a escuta, honestidade, responsabilidade afetiva e o cuidado contínuo nos vínculos - valores que a psicologia pode acolher, sustentar e fortalecer ao longo do caminho.

Rogerio Maia
Psicólogo/Sexólogo
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