
18/09/2025
✨Crônica de um dia intenso e sem intervalos:
Há dias em que o luto se senta diante de nós em tantas formas, tantas histórias, que a sala parece mais pesada do que o corpo pode suportar. A gente acolhe, escuta, caminha junto, mas no fim do dia o coração quase desacredita da vida e do sentido das coisas. E então, em meio à dor, chega um gesto simples: um docinho trazido pela própria paciente. Eu provo. E no instante em que o sabor invade a boca, algo desperta. É como se o mundo sussurrasse: “Ainda existe beleza. Ainda é possível acreditar.” Não se trata apenas do açúcar ou do sabor. Trata-se da lembrança de que, mesmo em meio ao luto, há frestas por onde a vida insiste em entrar. E é nesse instante, breve mas real, que a felicidade se mostra possível novamente. A gente respira de novo. E quando a manhã seguinte chega, renasce também a esperança: de que novos docinhos, em suas mais variadas formas, alcancem nossas mãos. Porque no fundo, o luto não é apenas sobre perder. É também sobre descobrir, pouco a pouco, que ainda há vida pulsando nos pequenos gestos.
Um abraço no ❤️