16/06/2025
Por que participar de uma peregrinação?
Essa é uma pergunta sem resposta única. Também não há justificativas inválidas.
Peregrinar é algo profundamente pessoal — uma jornada externa que reflete um movimento interno.
Essa foi minha terceira vez no Caminho de Santa Paulina.
E, assim como a gente nunca atravessa o mesmo rio duas vezes, também nunca se faz a mesma peregrinação. Cada uma foi uma experiência única.
Saímos de madrugada, sob uma garoa suave. Ao longo do caminho, a paisagem mudou como muda a vida: choveu, fez sol, nublou, escureceu. Senti frio, calor, cansaço. Mas continuei.
Caminhei.
Orei.
Cantei.
Me conectei com a natureza.
Agradeci.
Me emocionei.
E me emociono agora, só de lembrar.
Do que levo dessa experiência?
– As dores e dificuldades do caminho não são provas de fé enviadas por Deus, mas oportunidades de me encontrar comigo mesma. Quando aceito o desconforto como parte do processo, ele passa — e os benefícios ficam.
– Caminhar com fé não significa esperar que tudo aconteça por milagre. É preciso agir com responsabilidade, compromisso e coragem para seguir adiante, fazer o que precisa ser feito.
– A natureza nos ensina a presença. É sagrado olhar para uma árvore e lembrar quem somos, um pontinho nessa imensidão do universo.
– Peregrinar é também compartilhar: respeitar o peregrino ao nosso lado, seu ritmo, seu silêncio, sua expressão.
– Quando nos permitimos ser tocadas pela fé, pela solidariedade, pela gentileza e pela gratidão, tudo isso se torna contagiante — no melhor sentido.
– E, sim, é viciante. Mal terminamos uma caminhada e já queremos marcar a próxima.
Enfim…
Peregrinar é mais do que caminhar.
É viver com os pés no chão e o coração voltado para o que realmente importa.
É aceitar as dores, honrar os passos e seguir — sempre — na direção dos nossos valores.
Se você ouvir esse chamado, vá.
A caminhada é externa, mas principalmente interna, ela transforma. 🌿