21/09/2021
“Tenho uma amiga que chama a doença de Alzheimer de D.A.: doença do amor. E ela tem sua lógica.
Mas eu prefiro dizer que o Alzheimer é a doença da saudade. Porque é a única patologia que eu conheço que leva embora a mesma pessoa, duas vezes seguidas.
A primeira vez que o Alzheimer leva embora é quando tira de nós aquele ser humano que já estamos acostumados. Que já conhecemos as reações de cor e salteado. Aquela pessoa que você sabe o que está pensando só pelo jeito de olhar, pelo tom de voz. Essa partida é lenta, indolor, mas ainda assim sofrida para quem está ali, do lado, de testemunha.
A segunda vez é quando o Alzheimer tira de nós, agora sim de forma implacável e por vezes dolorosa, aquele outro ser que veio substituir o primeiro que já tinha partido. Uma pessoa pura, perdida, que não sabe se expressar, não entende o mundo à sua volta, que precisa de ajuda para andar, comer, ir ao banheiro. E que muitas vezes, olha para você com aquele olhar perdido, sem ao menos saber quem você é.
O Alzheimer dá raiva? Muita. Mas ao mesmo tempo, é uma doença misericordiosa. Porque nos dá tempo de corrigir alguns erros de rota entre a partida dessas duas pessoa, mesmo elas sendo notadamente uma só. Nos dá oportunidade para aquele carinho, atenção, perdão, que a gente sempre deixa para depois. E as vezes não dá tempo.
Hoje, no Dia Mundial da Conscientização do Alzheimer, eu sinto saudades assim, no plural. De duas pessoinhas que vou levar no coração para o resto da vida.” Agência Heads, texto David Romanetto
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