30/01/2021
Quando falo em saudades, o que vem na sua cabeça?
No campo da ciência, sabemos que nosso contato com pessoas e situações produz processors químicos, neurotransmissores e hormônios que moldam a maneira com a qual nos sentimos. Em contrapartida o rompimento, a interrupção de algo que nos faz bem, em consequência nos fará mal, sentimos sintomas de estresse, ansiedade, tristeza...em outras palavras, aquela sensação de saudade.
Num Ano marcado por perdas, todos temos motivos pra sentir saudades, todo mundo deixou um pedacinho (ou pedação) seu nos meses que passaram.
Impossivel falar de saudade sem falar de fim, e impossivel falar de fim, sem falar de morte, seja ela simbólica ou nao.
Gosto muito da visão da mitologia Iorubá, quando se trata deste assunto.
Nas religiões iorubás, a morte constitui o final de um ciclo, onde devemos sempre ter em mente que a passagem no Aiye (o mundo físico), é temporária, e tem como propósito geral de crescimento espiritual, resumindo-se na missão pessoal de cada indivíduo. Aquele que tem medo da morte não entende a crença ou que a vida é um processo de aprendizagem. A vida é uma experiência momentânea, que quando chega seu fim é porque a aprendizagem está completa. A pessoa poderá assim regressar a seu verdadeiro local de origem e constituir-se em um espírito protetor para seus seres queridos, que permanecerem no Aiye.
Com esta visão entendemos que ciclos completos devem ser finalizados para abrir espaço para os novos que ainda temos de viver.