28/03/2025
A série Adolescência da Netflix está entre os assuntos mais abordados nas últimas semanas.
Assisti a série como psicóloga e mãe achei muito interessante, impactante e necessária a realidade em que os adolescentes e jovens vivem atualmente.
Adolescência é um momento de muitas mudanças, físicas e psíquicas. Período que tendem a se afastar dos pais e buscar grupos como forma de pertercimento, buscar sua identidade e encontrar seu lugar no mundo. Isso pode ser um fator de sofrimento para os adolescentes, pois não se identificam mais como crianças e ainda não fazem parte do mundo adulto.
A complexidade da adolescência e a forma como o bullying entram em suas vidas pode ser devastador a ponto de motivar um jovem a tomar decisões impulsivas. O sofrimento psíquico inicia muito antes do que possamos imaginar.
A questão principal na série é o que motivou Jamie um adolescente de 13 anos a cometer o assassinato de sua colega. São vários fatores aos quais podemos refletir, o bullying que sofria em sua Escola, isolamento, exclusão, pressão das redes sociais, masculinidade tóxica e falhas no relacionamento com os pais.
Vivemos na era da tecnologia e conectividade onde as relações parecem vazias e rasas e é onde os adolescentes que não são acolhidos, que não são ouvidos e não têm vigilância de onde circulam pelos obscuros da internet se refugiam nas redes sociais em busca de validação, atenção e companhia.
Se a série Adolescência de alguma maneira choca é porque precisamos olhar com mais cuidado e atenção essa fase tão importante e delicada na formação de uma pessoa. Ouço relatos diariamente de adultos sobre suas experiências negativas neste período da vida e que deixam marcas e traumas que afetam a autoestima até hoje na vida adulta.
O mundo mudou, a educação mudou, precisamos estar genuinamente presente na vida dos adolescentes, seja seu filho, seu neto, seu sobrinho, qual for o adolescente que você tenha próximo de você. Ouvir sem julgamentos com atenção e tranquilidade se interessando verdadeiramente pelo seu relato, assim ele se sentirá seguro, importante, aceito, validado e valorizado. Construir pontes entre essa relação antes que muros sejam erguidos.
Carla Kobayashi Fuzeto.
CRP-08/09925