20/11/2020
Da última vez que tirei férias vi essa plaquinha e fiquei pensativa. É tão fácil a gente entrar no automático da vida, né? Tão fácil se perder nos muitos afazeres, nas preocupações, nas cobranças, na superestimulação das redes sociais. Aí a gente f**a cansado, sobrecarregado, desejando loucamente que as férias cheguem logo pra poder parar um pouco. A gente sai do automático. Se permite desacelerar, observar melhor as coisas ao redor, desfrutar de pequenos prazeres diários, mesmo que nem sempre dê pra viajar. Mas é aquela permissão que a gente se dá pra viver o momento que faz toda diferença.
E o que eu fiquei pensando, quando li essa placa, é que é uma pena que a gente só se dê permissão para isso nas férias. E todos os outros dias do ano, que são a maioria? A gente aceita viver no automático e pronto?
Claro, colocar as coisas no automático na nossa cabeça às vezes signif**a uma economia e tanto de energia mental. Mas também tira um pouco do sentindo das coisas, porque nos afasta da gente mesmo. E como vamos poder desfrutar da nossa própria companhia se não estamos ali presente?
Viver precisa ser mais do que resolver coisas, cumprir obrigações, dar check na lista de afazeres. Também é sobre buscar pequenos momentos de prazer e conexão com nós mesmos no dia a dia. "Felicidade se acha é em horinhas de descuido", falou o Guimarães Rosa. Agora, descobrir como ser "descuidado" o suficiente para encontrar esses momentos de conexão é uma jornada muito particular, um caminho a ser desbravado para se encontrar consigo mesmo - nem sempre agradável, mas certamente recompensador.