24/08/2023
"Hey Jude,
(...)
Don't carry the world upon your sholders"
Percebo a letra da música que ouço no volume alto no fone de ouvido.
Paro, respiro.
Sinto um nó na garganta por perceber ela novamente, minha mais antiga amiga: a autoexigência.
Os pensamentos voam em minha cabeça, cada um diz algo diferente sobre o quanto eu deveria estar fazendo mais, o quanto estou fazendo errado, o quanto não há espaço para parar, o quanto eu deveria ser melhor. Estou cansada e acho que nesses momentos, os fantasmas que dizem que "você deveria..." surgem e sentam comigo, me lembrando o tempo todo do quanto tudo parece enorme ao meu redor, e eu pequena, pequena, pequena.
Mas hoje, ouço a música e lembro de não carregar o mundo sob os meus ombros. Deixo o fluxo de pensamentos fluir, ouço a música mais uma vez. Peço um abraço. Começo a escrever. Me faço um convite para a flexibilidade e a autocompaixão: flexibilidade para não seguir a rigidez que me autoimponho sobre o que deveria estar fazendo, e autocompaixão, para entender que às vezes um texto de desabafo no instagram pode ser mais útil do que um pensamento me dizendo que eu DEVERIA qualquer coisa.
Escrever me ajuda mais. Os pensamentos, são só pensamentos.
Certo alívio vem: não estou mais carregando o mundo sob os meus ombros. E acho que na verdade, eu precisava mesmo era carregar menos.
Que bom que "Hey Jude" estava tocando 🖤