
06/07/2025
🤷♀️ O que dizer das mudanças estéticas constantes?
Quando uma figura pública como a cantora Anitta realiza uma mudança estética, os comentários disparam. Julgamentos, diagnósticos, piadas e teorias surgem em massa. Mas o que leva alguém a mudar o próprio rosto?
A resposta honesta é: pode ser muitas coisas.
Pode estar ligado à autoestima, à busca por pertencimento, ao desejo de adequação a padrões estéticos, a processos de envelhecimento, a experiências traumáticas, à necessidade de controle, a transtornos de imagem — mas também pode ser simplesmente gosto pessoal.
Independente das razões o “corpo é dela”. Quem decidiu, pagou e se submeteu ao procedimento foi ela. E se, por acaso, houver algo que a incomoda seja psicológico ou emocional, cabe a ela — e somente a ela — buscar ajuda profissional.
Nenhum diagnóstico pode (ou deve) ser feito à distância, sem escuta clínica, sem vínculo, sem desejo de cuidado.
O que, de fato, precisamos nos perguntar é:
Por que isso incomoda tanto quem observa?
O que faz com que tantas pessoas sintam necessidade de comentar, julgar, especular ou condenar?
A obsessão em analisar e julgar o outro diz mais sobre a nossa sociedade — e, muitas vezes, sobre nossas próprias dores — do que sobre quem está sendo alvo dos comentários.
Na prática clínica, sabemos que existe sim um fenômeno de “adoecimento estético”, intensificado pelas redes sociais. Mas também existe o adoecimento moral: essa urgência de vigiar a vida do outro, de emitir sentenças públicas, de transformar o íntimo de alguém em espetáculo.
E talvez seja essa a reflexão mais urgente:
👉🏼 Qual é o diagnóstico de quem não consegue parar de julgar o corpo e a escolha dos outros?
Gelize C A Nogueira
Psicóloga