22/09/2025
A Neuralgia do Trigêmeo, uma manifestação dolorosa que desafia a funcionalidade cotidiana dos indivíduos afetados, decorre da disfunção do nervo trigêmeo, o quinto nervo craniano, composto por três divisões principais: o oftálmico (V1), o maxilar (V2) e o mandibular (V3). Cada divisão tem origem em um núcleo diferente no tronco cerebral, refletindo uma complexidade anatômica significativa.
A dor lancinante associada à neuralgia do trigêmeo resulta de uma variedade de fatores, incluindo compressão vascular, desmielinização segmentar e
hiperexcitabilidade neuronal. Esses mecanismos patofisiológicos desencadeiam a hiperatividade neuronal, resultando em ataques paroxísticos de dor intensa, frequentemente desencadeados por estímulos triviais.
No âmbito clínico, a neuralgia do trigêmeo é caracterizada por sintomas
distintivos, como ataques súbitos de dor lancinante, unilateralidade predominante e a presença de gatilhos específicos. A avaliação diagnóstica minuciosa, incluindo história clínica detalhada e exames neurológicos específicos, é crucial para diferenciar a neuralgia do trigêmeo de outras causas de dor facial.
O manejo terapêutico visa aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente. Estratégias farmacológicas, como o uso de anticonvulsivantes e
analgésicos, podem proporcionar alívio sintomático, enquanto intervenções mais invasivas, como procedimentos neurocirúrgicos de descompressão do nervo trigêmeo ou estimulação nervosa periférica, podem ser consideradas em casos
refratários.
Em resumo, a neuralgia do trigêmeo é uma entidade clínica complexa, cuja compreensão requer conhecimento profundo da anatomia e fisiologia do nervo trigêmeo. A abordagem multidisciplinar e individualizada é fundamental para o manejo eficaz dessa condição dolorosa, visando não apenas aliviar o sofrimento do paciente, mas também restaurar sua funcionalidade.
Referências: Marín-Medina, D. S., & Gámez-Cárdenas, M. (2019). Neuralgia del trigémino:
aspectos clínicos y terapéuticos [Trigeminal neuralgia: clinical and therapeutic
aspects]. Acta Neurológica Colombiana, 35(4), 193-203.
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