23/01/2025
A dor crônica é uma condição muito frequente e considerada um problema de saúde pública em nosso país. A prevalência de dor crônica (DC) no Brasil varia entre 23,02% e 76,07%, com média nacional de 45,59% com maior incidência no s**o feminino. É importante ressaltar que a dor crônica está presente em várias doenças, no entanto, ela por si só também se caracteriza como uma doença, sendo classificada como tal na Classificação Internacional de Doenças – 11.
Devido a sua condição complexa e multidimensional, o tratamento da DC exige, na maioria das vezes, abordagens multidisciplinares.
O que os estudos mostram que pacientes mais resilientes e com a saúde mental dentro dos parâmetros de normalidades tendem a uma melhor resposta aos tratamentos, já pacientes com quadros psiquiátricos tendem a terem respostas diminuídas aos tratamentos. Este dado ressalta a importância do cuidado integral aos indivíduos com DC e alerta para o trabalho preventivo, visto que, pacientes com dores crônicas são mais vulneráveis a desenvolverem transtornos mentais.
No mês de conscientização sobre saúde mental, em comemoração à campanha Janeiro Branco, viemos alertar para os impactos psicossociais da dor crônica, já que pessoas que convivem com essa condição estão mais suscetíveis a desenvolverem quadros de ansiedade e depressão. Seus impactos na qualidade de vida, no convívio social e laboral, bem como a falta de acolhimento adequado, sejam por parte dos serviços de saúde ou de uma rede de apoio, contribuem para o agravamento de quadros depressivos.
Algumas medidas e hábitos podem contribuir para uma melhor qualidade de vida, como um sono adequado, atividade física regular, alimentação balanceada, gerenciamento de estresse, apoio de uma rede de suporte e socialização. A capacitação profissional, assim como a educação em dor para o próprio paciente, tende a contribuir para um melhor manejo e para uma postura mais ativa do paciente diante de sua condição.
Referência: Prevalência de dor crônica no Brasil: revisão sistemática. Brazilian Journal of Pain, São Paulo, v. 4, n. 3, p. 257-263, jul./set. 2021.
Texto .psi
Arte .rebeccacanalli