15/07/2023
Eckhart Tolle: O que define se estamos realizando o nosso destino não é o que fazemos, mas como fazemos. A ação desperta nasce do alinhamento entre o fazer e o Ser. E um parâmetro para avaliar se nossa ação está sendo desperta é prestar atenção se, naquilo que estamos fazendo, há prazer, aceitação ou entusiasmo. Quando a sua ação é desperta, você f**a em harmonia com o que está fazendo. Mesmo que, a princípio, seja uma coisa de que você não goste.
É bem provável que você não sinta o menor prazer se estiver dirigindo à noite em uma estrada lamacenta e, de repente, tiver que parar para trocar um pneu. Porém, se estiver num estado de aceitação, você fará o que precisa fazer de boa vontade. Fazer algo num estado de presença signif**a estar em paz com aquilo que se faz.
Questão: Ou seja, mesmo aquilo que, em geral, diríamos ser um problema pode ser uma oportunidade para nos tornarmos mais conscientes?
Eckhart Tolle: Sim. Muitas pessoas passam a vida transformando as situações em inimigos. E por quê? Simplesmente porque não aceitam que as coisas sejam como são; elas passam a vida exigindo que o mundo as faça felizes. Acontece que o mundo não foi projetado para fazer você feliz. O mundo está aqui para torná-lo consciente. E isso signif**a que o mundo está aqui para desafiá-lo. É somente através dos desafios que nos tornamos mais conscientes. Sempre que acontece alguma coisa em nossa vida, há uma lição embutida.
A questão é não lutar com a situação, é permitir que ela seja como é. E isso vale até para as situações mais difíceis. Lembrando que não se trata de felicidade ou de infelicidade, mas de consciência. Por exemplo, quando alguém que amamos acaba de morrer, é impossível nos sentirmos felizes. Contudo, podemos estar em paz. Mesmo que haja lágrimas, se não lutarmos com a situação, somos capazes de sentir uma profunda serenidade por baixo daquela tristeza.
Foto: arquivo pessoal